sexta-feira, 18 de março de 2016

Oração do Casal

 

Um cônjuge está sempre erguendo o outro no momento de uma possível

            Homem e mulher, que deixam pai e mãe, partem rumo ao belíssimo desafio da vivência da unidade, contando com a graça de estado do matrimônio. "Aquilo que Deus uniu, não o separe o homem" (Mc 10,9).

            Só Deus é uno, só a Ele pertence o caráter de ser único, portanto, somente Ele pode transmitir a unidade aos que O buscam e n'Ele crêem... "Que todos sejam um; como tu, ó Pai, estás em mim e eu em ti, que também eles estejam em nós" (Jo 17,22).

            O matrimônio é um sacramento celebrado pelos cônjuges e abençoado pela Igreja, na pessoa do sacerdote. Porém, é essencial que ambas as partes, homem e mulher, tomem consciência de que, desde a bênção nupcial, a unidade entre eles se faz perfeita.

            Percebe-se então, com clareza, que esse sacramento não é uma sociedade humana. Tampouco o é um simples reconhecimento, por parte da Igreja, de um casal que já vivia junto e passa a viver sob a bênção de Deus. Desde o princípio, o homem e a mulher foram criados para serem unidos e viverem o mistério da unidade em Deus. Unidade semelhante àquela vivenciada pela Santíssima Trindade. É a experiência mística de aprender a amar ao seu "próximo mais próximo", como a si mesmo.

            Nesse relacionamento, no qual Deus gera a unidade, existe continuamente uma batalha espiritual a dois. Um cônjuge está sempre erguendo o outro no momento de uma possível queda, pois o Senhor nunca permite que ambos caiam ao mesmo tempo. Os cônjuges vêem a imagem de Jesus Cristo nas suas faces e, assim, aprendem a amar-se. No entanto, se existe uma batalha espiritual no relacionamento matrimonial, se o inimigo de Deus tenta de todas as maneiras destruir os casamentos, faz-se necessário que os esposos estejam sempre muito bem armados para se defenderem.

           No mundo hodierno, dificilmente os cônjuges têm consciência do que é o matrimônio. Normalmente, quando surge uma situação mais difícil ou mesmo uma pequena discordância de idéias, ambos reagem humanamente, e, tantas vezes, assumem posturas precipitadas, ignorando as armas que Deus põe em suas mãos, por conta do sacramento do matrimônio.

          Os casais têm a missão de fazer seu matrimônio cada vez mais santo. Para que esse objetivo seja atingido, faz-se necessário uma labuta incansável, como na lapidação de uma pedra bruta, do diamante, para que ele, transformando-se em "brilhante", reflita Jesus Cristo para todos os que o cercam e d'Ele têm sede.

          A vida espiritual é dinâmica. O Espírito Santo é a "espada santa" de todo casal. Quantas palavras incompreendidas e duras podem ser trocadas entre os esposos que ainda não sabem que sua união é sinal vivo e eficaz de Jesus! Portanto, um casal precisa orar junto, tendo em vista o carisma de sua unidade. Homem e mulher, tornados um pelo sacramento do matrimônio, necessitam rezar unidos. Essa oração não pode ser apenas pessoal, ela precisa acontecer com o casal. A perfeita unidade da alma e do corpo cultiva-se pela oração.

        Quantas vezes os casais propagam sua unidade intelectual e física, mas não experimentaram ainda a união de suas almas! Uma harmonia perfeita no casamento deve ser fundada e alicerçada em Jesus.

          O casal que, reconhecendo sua pequenez como pecadores, mas sua grandeza por sua filiação divina, colocar-se totalmente carente e despojado diante da única e verdadeira fonte de amor e sabedoria e lá derramar suas almas, viverá plenamente as graças de sua unidade. "Quando dois ou mais estiverem reunidos em meu nome, eu estou no meio deles" (Mt 18,20).

         A oração do casal o leva a perceber que seu matrimônio não se situa mais no plano humano. Esse modo de orar aprofunda pois a unidade do casal no mistério da unidade divina. Se a oração do casal é algo tão maravilhoso, frutuoso e que tanto agrada ao coração de Deus, por que não acontece sempre? Muitas vezes, sob a desculpa de sono ou cansaço, os cônjuges são confundidos pelo inimigo de Deus e as justificativas, parecendo legítimas, adiam ou impedem que a graça se derrame mais e mais sobre eles.

        Um casal unido em Jesus terá uma família fundada na Rocha. Satanás tenta impedir essa harmonia. Ao casal cabe enfrentar essa batalha com a espada santa do Espírito e prostrar-se diariamente aos pés da cruz do seu Redentor, para clamar por sabedoria e unidade, gemer pela graça de poder perdoar-se mutuamente e, acima de tudo, de se amar de modo verdadeiro.

         Os esposos que oram juntos, que recebem a Eucaristia em conjunto, fazem frutificar seus talentos e nutrem-se espiritualmente. Não mais caminharão tendo o mundo e seus valores como modelo, mas sim, Cristo, e, com destemor, enfrentarão todas as batalhas e desafios advindos do fato de viverem no mundo, sem a ele pertencerem.

Maria Adília Ramos de Castro Fonte:

Comunidade Shalom

terça-feira, 8 de março de 2016

A mulher segundo o coração de Deus.

 

             A mulher foi o último ser criado por Deus; foi o ápice da criação: cheia de beleza, meiguice, delicadeza, força espiritual; foi criada para ser mãe e esposa, carinhosa e sensível. Foi o coroamento da natureza. Ela é a imagem e semelhança mais sensível de Deus. A sua beleza e charme encanta o coração do homem, porque foi criada para ele. Há uma música que diz: “creio na mulher que se enfeita e se embeleza para ser a mais bonita criação de nosso Pai”.

           A Bíblia está repleta de passagens falando da mulher, exaltando a sua grandeza, mas também chamando a atenção quando ela se desvirtua. O livro dos Provérbios diz: “Uma mulher virtuosa, quem pode encontrá-la? Superior ao das pérolas é o seu valor” (Pr 31,10).

           O livro do Eclesiástico tem um longo trecho que diz: “Feliz o homem que tem uma boa mulher, pois, se duplicará o número de seus anos. A mulher forte faz a alegria de seu marido, e derramará paz nos anos de sua vida. É um bom quinhão uma mulher bondosa; no quinhão daqueles que temem a Deus, ela será dada a um homem pelas suas boas ações. Rico ou pobre, o seu marido tem o coração satisfeito, e seu rosto reflete alegria em todo o tempo. É um dom de Deus uma mulher sensata e silenciosa, e nada se compara a uma mulher bem-educada. A mulher santa e honesta é uma graça inestimável; não há peso para pesar o valor de uma alma casta. Assim como o sol que se levanta nas alturas de Deus, assim é a beleza de uma mulher honrada, ornamento de sua casa. Como a lâmpada que brilha no candelabro sagrado, assim é a beleza do rosto na idade madura. Como fundamentos eternos sobre pedra firme, assim são os preceitos divinos no coração de uma mulher santa (Eclo 26,1-24). “Uma mulher virtuosa é a coroa de seu marido, mas a insolente é como a cárie nos seus ossos”. (Pr 12,4).

              Mas a Bíblia também fala da mulher sem virtudes: “É melhor viver com um leão e um dragão, que morar com uma mulher maldosa” (Eclo 25,23). “Uma mulher maldosa é como jugo de bois desajustado; quem a possui é como aquele que pega um escorpião. A mulher que se dá à bebida é motivo de grande cólera; sua ofensa e sua infâmia não ficarão ocultas. O mau procedimento de uma mulher revela-se na imprudência de seu olhar e no pestanejar das pálpebras” (Eclo 26,9-12).

             Esta Palavra ajuda a mulher a compreender o que Deus deseja dela. Quando Deus percebeu que o homem não era feliz no Paraíso, então, criou a mulher e lhe deu como uma “ajuda e companheira adequada” (Gen 2,18). Isto mostra que uma mulher pode ser uma grande alegria para seu esposo, mas pode ser também a sua tristeza. Paulo VI disse que: “o homem tem o primado da cabeça; a mulher tem o do coração”. Não se pode confundir entre si o masculino e o feminino, pois cada qual tem seus valores. As qualidades masculinas e as femininas precisam umas das outras.

           A mulher não pode perder sua identidade feminina. Hoje há uma crise de identidade na família: jamais um homem será uma “segunda mãe”, e jamais uma mulher será um “segundo pai”. A opinião pública pressiona psicologicamente a mulher para que ela realize “superando o homem”, de forma a que busque o sexo mais que o amor, o trabalho e a ciência mais que a geração e a educação dos filhos, o racionalismo mais que a fé, o feminismo e o conflito mais que a ternura, a igualdade de pensamento e de obrigações sociais mais que a complementaridade. Quanto mais ela for mulher, mais será amada pelo homem e mais vai poder lhe fazer bem.

           Na “Carta às Mulheres”, João Paulo II diz que a contribuição da mulher é indispensável para “a elaboração de uma cultura capaz de conciliar razão e sentimento”, bem como para “a edificação de estruturas econômicas e políticas mais ricas em humanidade”.

         Sua principal missão é ser mãe. Nada é mais digno é importante do que gerar e educar um ser humano – imagem e semelhança de Deus; filho de Deus. “São Paulo diz que a mulher se salva pela maternidade” (1 Timóteo 2,15). Não quer dizer que quem não for mãe não se salve. Quer dizer que a maior dignidade da mulher e sua principal missão é ser mãe: gerar a vida, defender a vida, educar a vida. Isto a santifica.

         O povo diz que atrás de um grande homem existe uma grande mulher. De fato, atrás de S. Agostinho, vemos S. Mônica; atrás de São João Bosco, a sua mãe Margarida, atrás do imperador Constantino, vemos sua mãe Santa Helena; atrás do rei bárbaro Clovis, convertido ao cristianismo, vemos a santa esposa Clotilde. A história está repleta de mulheres que levaram seus maridos para Deus, com sua fé, lágrimas e joelhos no chão.

            Muitas mulheres foram importantes na vida da Igreja. Jesus foi o primeiro a valorizar as mulheres e a dignificá-las: lembremos da mulher adúltera a ser apedrejada; de Madalena convertida a quem foi a primeira a aparecer após a Ressurreição; Marta e Maria que eram suas amigas; a hemorroisa que curou de um fluxo de sangue de doze anos; a samaritana que Ele converteu no poço de Jacó… Jesus amou as mulheres quando o mundo as desprezava.

          Muitas mulheres edificaram a Igreja: Santa Joana D’Arc, a mulher forte que libertou a França da Inglaterra. Santa Brígida da Suécia; Santa Teresa de Ávila que renovou o Carmelo; Santa Teresinha do Menino Jesus, a jovem doutora da Igreja; Santa Catarina de Sena, doutora, que escrevia aos papas e reis… A Igreja amou as mulheres. Uma Mulher foi escolhida por Deus para trazer o Salvador a este mundo. Mas ela teve de oferecer a sua vida toda a Deus; da frieza da manjedoura de Belém à cruz do Calvário. Ela foi a mais humilde das mulheres e por isso a eleita de Deus. Com a sua obediência e humildade, ela “desatou o nó da desobediência de Eva” (S. Irineu de Lião). Não há modelo melhor para todas as mulheres!

            Por ser mais fraca fisicamente, ela sempre foi, e ainda é, muitas vezes maltratada pelo homem. Muitas vezes é usada e abusada; fazem dela um instrumento apenas de prazer, de comércio carnal, um meio de vender produtos. Isto tem gerado uma nova e moderna escravidão da mulher, que muitas vezes, infelizmente, ela aceita, por dinheiro ou por algum tipo de promoção. A mulher tem de ser o agente de sua própria libertação, não se vendendo e não se corrompendo.

             Hoje há uma enorme exploração feminina que vai dos prostíbulos ao comércio clandestino de mulheres de um país para outro. Alguns dizem que sua gravidez é incompatível com o seu contrato de trabalho; e outros querem até profissionalizar a prostituição, esquecendo-se de que não pode haver maior aviltamento da mulher e ofensa à sua dignidade humana.

              A mulher sempre foi uma reserva moral do Ocidente. A ela competia o ensino daquelas coisas que, se não se aprende nos primeiros anos de vida, não se aprendem mais. Cabia a ela ensinar os filhos a rezar e a distinguir o bem do mal; ensinar o valor da família e das tradições. A grandeza da mulher está precisamente em cultivar o que lhe é próprio: a afetividade e a capacidade de amar.

           É a mulher cristã, não-contaminada pela mentalidade dominante, com a sua intuição, sua preferência pelo amor profundo e estável, pela fraternidade e pela fé religiosa, que deve exercer uma tarefa muito elevada, indispensável para ajudar o homem a alcançar os valores superiores.

             São Paulo manda que a mulheres “estejam sujeitas a seus maridos” (Ef 5,22); mas diz também: “submetei-vos uns aos outros no temor de Cristo” (5,21). Ser submissa significa auxiliar o marido na sua missão (sub-missa), apoiar a missão. São Pedro diz: “Vós, também, ó mulheres, sede submissas aos vossos maridos. Se alguns não obedecem à palavra, serão conquistados, mesmo sem a palavra da pregação, pelo simples procedimento de suas mulheres, ao observarem vossa vida casta e reservada. Não seja o vosso adorno o que aparece externamente… mas tende aquele ornato interior e oculto do coração, a pureza incorruptível de um espírito suave e pacífico, o que é tão precioso aos olhos de Deus (1 Pe 3,1-4).

Assim, a mulher cumpre o seu papel no mundo, dá glória a Deus e edifica a Igreja.

Prof. Felipe Aquino

Dia da Mulher - 8 de Março

 

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          As flores irradiam a glória e a beleza de Deus-Mãe, pois ela caminha sobre a Terra em cada mulher.
Mulher! Todos os grandes senhores te reverenciam no dia de hoje, pois eles nasceram do teu ventre.
       Mulher! Além de todos os poderes cósmicos, levas dentro de ti a semente sagrada que provê a vida. Tu és o mais belo pensamento de Deus. Teu coração é manancial de sabedoria. De teu íntimo brota a força amorosa que nutre, regenera e ressuscita.
       Homem! Neste dia internacional da mulher, lembra-te que podes divinizar-te pela admiração da mulher. Estás aflito? Recorre à mulher. Ela é o consolo dos aflitos. Estás enfermo? O toque da mulher é curativo. Queres descobrir os mistérios da Divindade? Busca compreender o coração da mulher. Porque quem não reverencia a mulher, fecha as portas à graça e à beleza.
Mulher! Ao olhar-te no espelho, reconhece ali a Mãe Divina! Mira-te nela! Encarna com dignidade os dons femininos de amor, fidelidade, pureza, sensibilidade, compreensão, delicadeza, generosidade, doçura, abnegação, serenidade e o dom de tudo embelezar.
         Mulher! Não te deixes corromper pela futilidade e mediocridade do mundo. Aumenta ainda mais tua força, apreendendo as virtudes dos homens, mas nunca os vícios.
A regeneração do mundo depende de ti, pois tens o poder de moldar o caráter de um ser, desde o teu ventre e por toda a sua vida.Podes transformar teu lar num templo da Divina Missão de Amor. Quando defendes tua dignidade, defendes a dignidade de cada ser humano.
           Mulher! Rejeita qualquer pensamento ou sentimento de rivalidade, pois isto destrói a unidade das mulheres. Caminha graciosamente, olhando sempre com admiração o teu eterno companheiro, o homem.
         Mulher! Neste Dia Internacional da Mulher, dedicado a ti, todos te proclamam como a Senhora da criação e da beleza, e admiram a dádiva que é ser mulher!

PASTORAL  FAMILIAR – DIOCESE DE JUAZEIRO-BA