terça-feira, 25 de novembro de 2014

Advento


Meditando a chegada de Cristo, devemos buscar o arrependimento dos nossos pecados e preparar o nosso coração.

O Ano Litúrgico começa com o Tempo do Advento;
Um tempo de preparação para a Festa do Natal de Jesus.
Este foi o maior acontecimento da História: o Verbo se fez carne e habitou entre nós. Dignou-se a assumir a nossa humanidade, sem deixar de ser Deus. Esse acontecimento precisa ser preparado e celebrado a cada ano. Nessas quatro semanas de preparação, somos convidados a esperar Jesus que vem no Natal e que vem no final dos tempos.
         Nas duas primeiras semanas do Advento, a liturgia nos convida a vigiar e esperar a vinda gloriosa do Salvador. Um dia, o Senhor voltará para colocar um fim na História humana, mas o nosso encontro com Ele também está marcado para logo após a morte.
        Nas duas últimas semanas, lembrando a espera dos profetas e de Maria, nós nos preparamos mais especialmente para celebrar o nascimento de Jesus em Belém. Os Profetas anunciaram esse acontecimento com riqueza de detalhes: nascerá da tribo de Judá, em Belém, a cidade de Davi; seu Reino não terá fim... Maria O esperou com zelo materno e O preparou para a missão terrena.

Para nos ajudar nesta preparação usa-se a Coroa do Advento, composta por 4 velas nos seus cantos – presas aos ramos formando um círculo. A cada domingo acende-se uma delas. As velas representam as várias etapas da salvação. Começa-se no 1º Domingo, acendendo apenas uma vela e à medida que vão passando os domingos, vamos acendendo as outras velas, até chegar o 4º Domingo, quando todas devem estar acesas. As velas acesas simbolizam nossa fé, nossa alegria. Elas são acesas em honra do Deus que vem a nós. Deus, a grande Luz, "a Luz que ilumina todo homem que vem a este mundo", está para chegar, então, nós O esperamos com luzes, porque O amamos e também queremos ser, como Ele, Luz.

No lº Domingo, há o perdão oferecido a Adão e Eva.
Eles morreram na terra, mas viverão em Deus por Jesus Cristo. Sendo Deus, Jesus fez-se filho de Adão para salvar o seu pai terreno. Meditando a chegada de Cristo, que veio no Natal e que vai voltar no final da História, devemos buscar o arrependimento dos nossos pecados e preparar o nosso coração para o encontro com o Senhor. Para isso, nada melhor que uma boa Confissão, bem feita. Até quando adiaremos a nossa profunda e sincera conversão para Deus?

No 2º Domingo, meditamos a fé dos Patriarcas. Eles acreditaram no dom da terra prometida. Pela fé, superaram todos os obstáculos e tomaram posse das Promessas de Deus. É uma oportunidade de meditarmos em nossa fé; nossa opção religiosa por Jesus Cristo; nosso amor e compromisso com a Santa Igreja Católica – instituída por Ele para levar a salvação a todos os homens de todos os tempos. Qual tem sido o meu papel e o meu lugar na Igreja? Tenho sido o missionário que Jesus espera de todo batizado para salvar o mundo?

No 3º Domingo, meditamos a alegria do rei Davi.
Ele celebrou a aliança e sua perpetuidade. Davi é o rei imagem de Jesus, unificou o povo judeu sob seu reinado, como Cristo unificará o mundo todo sob seu comando. Cristo é Rei e veio para reinar; mas o seu Reino não é deste mundo; não se confunde com o "Reino do homem"; seu Reino começa neste mundo, mas se perpetua na eternidade, para onde devemos ter os olhos fixos, sem tirar os pés da terra.

No 4º Domingo, contemplamos o ensinamento dos Profetas: Eles anunciaram um Reino de paz e de justiça com a vinda do Messias. O Profeta Isaías apresenta o Senhor como o Deus Forte, o Conselheiro Admirável, o Príncipe da Paz. No seu Reino acabarão a guerra e o sofrimento; o boi comerá palha ao lado do leão; a criança de peito poderá colocar a mão na toca da serpente sem mal algum. É o Reino de Deus que o Menino nascido em Belém vem trazer: Reino de Paz, Verdade, Justiça, Liberdade, Amor e Santidade.
           A Coroa do Advento é o primeiro anúncio do Natal. Ela é da cor verde, que simboliza a esperança e a vida, enfeitada com uma fita vermelha, simbolizando o amor de Deus que nos envolve e também a manifestação do nosso amor, que espera ansioso o nascimento do Filho de Deus.
           O Tempo do Advento deve ser uma boa preparação para o Natal, deve ser marcado pela conversão de vida – algo fundamental para todo cristão. É um processo de vital importância no relacionamento do homem com Deus. O grande inimigo é a soberba, pois quem se julga justo e mais sábio do que Deus nunca se converterá. Quem se acha sem pecado, não é capaz de perdoar ao próximo, nem pede perdão a Deus.
           Deus – ensinam os Profetas – não quer a morte do pecador, mas que este se converta e viva. Jesus quer o mesmo: "Eu vim para que todos tenham a vida e a tenham em abundância" (Jo 10,10). Por isso Ele chamou os pecadores à conversão: "Convertei-vos, porque está próximo o Reino dos Céus" (Mt 4,17); "convertei-vos e crede no Evangelho" ( Mc 1,15).

terça-feira, 7 de outubro de 2014

“Alegra-te, cheia de Graça!

 

 

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Evangelho (Lc 1,26-38)

— O Senhor esteja convosco.

— Ele está no meio de nós.

— Proclamação do Evangelho de Jesus Cristo + segundo Lucas.

— Glória a vós, Senhor.

Naquele tempo, 26o anjo Gabriel foi enviado por Deus a uma cidade da Galileia, chamada Nazaré, 27a uma virgem, prometida em casamento a um homem chamado José. Ele era descendente de Davi e o nome da virgem era Maria. 28O anjo entrou onde ela estava e disse: “Alegra-te, cheia de graça, o Senhor está contigo!”

29Maria ficou perturbada com estas palavras e começou a pensar qual seria o significado da saudação. 30O anjo, então, disse-lhe: “Não tenhas medo, Maria, porque encontraste graça diante de Deus. 31Eis que conceberás e darás à luz um filho, a quem porás o nome de Jesus. 32Ele será grande, será chamado Filho do Altíssimo, e o Senhor Deus lhe dará o trono de seu pai Davi. 33Ele reinará para sempre sobre os descendentes de Jacó, e o seu reino não terá fim”.

34Maria perguntou ao anjo: “Como acontecerá isso, se eu não conheço homem algum?” 35O anjo respondeu: “O Espírito virá sobre ti, e o poder do Altíssimo te cobrirá com sua sombra. Por isso, o menino que vai nascer será chamado Santo, Filho de Deus. 36Também Isabel, tua parenta, concebeu um filho na velhice. Este já é o sexto mês daquela que era considerada estéril, 37porque para Deus nada é impossível”. 38Maria, então, disse: “Eis aqui a serva do Senhor; faça-se em mim segundo a tua palavra!” E o anjo retirou-se.

— Palavra da Salvação.

— Glória a vós, Senhor.

terça-feira, 2 de setembro de 2014

A Família perfeita

 

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A restauração da minha família  depende de mim

A família perfeita é aquela que não desiste de caminhar, de construir e restaurar o seu lar. A família é igual a uma casa em reformas, é o maior transtorno, às vezes, poeira, entulho, tudo que uma construção pode trazer. Penso que você consiga imaginar. Mas esse retrato de uma casa em construção demonstra que ninguém está parado em si ou acha que já esteja pronto; apesar dos incômodos está em construção, em reforma, em restauração. E ninguém restaura um bem se ele não for muito precioso, e isso é um sinal muito positivo. Quem já não leu este aviso em construções públicas: “Desculpe o transtorno. Estamos em construção para atendê-lo melhor”.

          A primeira coisa que precisamos notar é que em casa ninguém é igual, e estamos em níveis de maturidade diferentes. Os pais têm mais experiência, mas entre eles há diferenças. Os filhos estão crescendo, sendo construídos em todos os sentidos: no físico, no psicológico e no espiritual. Aqui entra em ação o material para construir cada um, que se chama respeito e paciência com o processo do outro. Por isso, a família precisa ser o ambiente propício para as mudanças, para o crescimento e até para as crises. Ninguém deve ter vergonha de ser o que é e de estar como está em casa. Em minha opinião, existem alguns pontos primordiais para construir e restaurar a família:

          1º Restaurar o relacionamento com Deus: a base do sacramento do matrimonio é o amor, sem fazer a experiência de Deus é impossível amar de verdade. O amor real, muitas vezes, passa pela experiência da morte, do aniquilamento, do esquecer-se de si mesmo; e tudo isso, sem Deus, é impossível superar. Mas é preciso respeitar a experiência religiosa de cada um, saber que ela também é individual, mas que dá para fazer um caminho para Deus, JUNTOS!

         2º Fazer da minha casa um ninho de amor: na minha casa eu decido amar primeiro, o processo começa em mim, por essa razão, eu não posso cobrar aquilo que ainda não consigo dar. Procurar defeitos nos outros, culpados, não resolver as situações de tensão ou dificuldades vividas em casa, faz dela um inferno e não um pedaço do céu. Eu preciso sentir o desejo de voltar para casa, ela precisa ser o meu refúgio, meu oásis no meio do deserto. Minha casa e minha família precisam me atrair, significam porto seguro, lugar onde não importa a minha condição: EU SEI QUE SOU AMADO.

        3º Partilha e diálogo: isso quer dizer onde todos crescem no conhecimento de si e dos outros. A falta de diálogo e partilha deixa crescer dentro dos membros da família os venenos que podem destrui-la, gerando os ressentimentos e as mágoas, a falta de perdão e o medo de se revelar. Dentro de casa precisa se promover um clima de confiança e aceitação do outro, eu preciso me sentir acolhido para partilhar a minha verdade. Outro dia ouvi a experiência de um movimento que se chama Equipes de Nossa Senhora, o qual trabalha com casais. Eles têm uma prática que se chama “direito de sentar-se”. Sentar-se à cadeira, sentar-se à mesa, para falar e ouvir tudo que o outro precisa dizer. ISSO É CARIDADE.

       Nós não podemos esquecer que cada um tem a sua parte essencial e importante na construção da família; os pais têm seu papel de pilar de sustentação e construção da casa, mas os filhos dão sentido, vigor e alegria aos genitores. E assim vamos construindo famílias restauradas.

Oração

Pai santo, Pai amado, a restauração da minha família depende da minha participação ativa e consciente. Do meu amor e compreensão, respeito e paciência com o processo dos meus pais e irmãos, por isso, que eu não sonegue amor e verdade, perdão e misericórdia para com os meus, que esse processo comece em mim primeiro. Eu decido amar primeiro em minha família e colaborar com a restauração do santuário da vida, que é minha casa. Amém.

Padre Luizinho - Comunidade Canção Nova

A Escolha é sua.

 

Você já ouviu alguma vez falar de livre-arbítrio?
Livre-arbítrio quer dizer livre escolha, livre opção.

         Em todas as situações da vida, sempre temos duas ou mais possibilidades para escolher. E a cada momento a vida nos exige decisão. Sempre temos que optar entre uma ou outra atitude.
          Desde que abrimos os olhos, pela manhã, estamos optando entre uma atitude ou outra. Ao ouvir o despertador, podemos escolher entre abrir a boca para lamentar por não ser nosso dia de folga ou para agradecer a Deus por mais um dia de oportunidades, no corpo físico.
         Ao encontrarmos o nosso familiar que acaba de se levantar, podemos resmungar qualquer coisa, ficar calado, ou desejar, do fundo da alma, um bom dia.
          Quando chegamos ao local de trabalho, podemos optar entre ficar de bem com todos ou buscar o isolamento, ou, ainda, contaminar o ambiente com mau humor.
         Conta um médico, que trata de pacientes com câncer, que as atitudes das pessoas variam muito, mesmo em situações parecidas. Diz ele que duas de suas pacientes, quase da mesma idade, tiveram que extirpar um seio por causa da doença. Uma delas ficou feliz por continuar viva e poder brincar com os netos, a outra optou por lamentar pelo seio que havia perdido, embora também tivesse os netos para se distrair.

        Quando alguém o ofende, você pode escolher por revidar, calar-se ou oferecer o tratamento oposto. A decisão sempre é sua. 

       O que vale ressaltar é que todas as ações terão uma reação correspondente, como conseqüência. E essa ação é de nossa total responsabilidade. E isso deve ser ensinado aos filhos desde cedo. Caso a criança escolha agredir seu colega e leve alguns arranhões, deverá saber que isso é resultado da sua ação e, por conseguinte, de sua inteira responsabilidade.

        Tudo na vida está sujeito à lei de causa e efeito: para uma ação positiva, um efeito positivo; para uma ação infeliz, o resultado correspondente.

        Se você chega ao trabalho bem humorado, alegre, radiante, e encontra seu colega de mau humor, você pode decidir entre sintonizar na faixa dele ou fazer com que ele sintonize na sua. Você tem ainda outra possibilidade de escolha: ficar na sua. Todavia, da sua escolha dependerá o resto do dia. E os resultados lhe pertencem.

         Jesus ensinou que a semeadura é livre, mas a colheita é obrigatória. Pois bem, nós estamos semeando e colhendo o tempo todo. Se semeamos sementes de flores, colhemos flores; se plantamos espinheiros, colheremos espinhos. Não há outra saída. Mas o que importa mesmo é saber que a opção é nossa. Somos livres para escolher, antes de semear. Aí é que está a justiça divina.

         Mesmo as semeaduras que demoram bastante tempo para germinar, um dia terão seus frutos. São aqueles atos praticados no anonimato, na surdina, que aparentemente ficam impunes. Um dia eles aparecerão e reclamarão colheita.

         Igualmente, os atos de renúncia, de tolerância, de benevolência, que tantas vezes parecem não dar resultados, um dia florescerão e darão bons frutos e perfume agradável. É só deixar nas mãos do jardineiro divino, a quem chamamos de Criador.

Pense nisso!

A hora seguinte será o reflexo da hora atual.
O dia de amanhã trará os resultados do dia de hoje.
É assim que vamos construindo a nossa felicidade ou a nossa desdita, de acordo com a nossa livre escolha, com nosso livre-arbítrio.

segunda-feira, 1 de setembro de 2014

Como Evangelizar meus filhos?

Os pais não devem apenas mandar os filhos para a igreja, mas levá-los.

      A Igreja ensina que os primeiros catequistas são os pais. É no colo deles que toda criança deve aprender a conhecer a Deus, aprender a rezar e dar os primeiros passos na fé; conhecer os Mandamentos e os Sacramentos.

      Os pais são educadores naturais, e os filhos assimilam seus ensinamentos sem restrições. Será difícil levar alguém para Deus se isso não for feito, em primeiro lugar, pelos pais. É com o pai e a mãe que a criança tem de ouvir em primeiro lugar o nome de Jesus Cristo, Sua vida, Seus milagres, Seu amor por nós, Sua divindade, Sua doutrina... Eles são os responsáveis a dar-lhes o batismo, a primeira comunhão, a crisma e a catequese.

     Quando fala aos pais sobre a educação dos filhos, São Paulo recomenda: "Pais, não exaspereis os vossos filhos. Pelo contrário, criai-os na educação e na doutrina do Senhor" (Ef 6, 4). Aqui está uma orientação muito segura para os pais. Sem a "doutrina do Senhor", não será possível educar. Dom Bosco, grande "pai e mestre da juventude", ensinava que não é possível educar sem a religião. Seu método seguro de educar estava na trilogia: amor - estudo - religião.

      Nunca esqueci o terço que aprendi a rezar aos cinco anos de idade, no colo de minha mãe. Pobre filho que não tiver uma mãe que o ensine a rezar! Passei a vida toda estudando, cheguei ao doutorado e pós-doutorado em Física e nunca consegui esquecer a fé que herdei de meus pais; é a melhor herança que deles recebi. Não é verdade que a ciência e a fé são antagônicas; essa luta só existe no coração do cientista que não foi educado na fé, desde o berço.

      Os pais não devem apenas mandar os seus filhos à igreja, mas, devem levá-los. É vendo o pai e a mãe se ajoelharem que um filho se torna religioso, mais do que ouvindo muitos sermões. A melhor maneira de educar, também na fé, é pelo exemplo. Se os pais rezam, os filhos aprender a rezar; se os pais vivem conforme a lei de Deus, os filhos também vão viver assim, e isso se desdobra em outros exemplos. Os genitores precisam rezar com os filhos desde pequenos, cultivar em casa um lar católico, com imagens de santos em um oratório, o crucifixo nas paredes, etc.; tudo isso vai educando os filhos na fé. Alguém disse, um dia, que "quando Deus tem seu altar no coração da mãe, a casa toda se transforma em um templo."

      Um aspecto importante da educação religiosa de nossos filhos está ligado à escola. Infelizmente, hoje, se ensina muita coisa errada em termos de moral nas escolas; então, os pais precisam saber e fiscalizar o que os filhos aprendem ali. Infelizmente, hoje, o Governo está colocando até máquinas para distribuir "camisinhas" nesses locais. Os filhos precisam em casa receber uma orientação muito séria sobre a péssima "educação sexual" que hoje é dada em muitas escolas, a fim de que não aprendam uma moral anticristã.

      Outro cuidado que os pais precisam ter é com a televisão; saber selecionar os programas que os filhos podem ver, sem violência, sem sexo, sem massificação de consumo, entre outros. Hoje temos boas emissoras religiosas. A televisão tem o seu lado bom e o seu lado mau. Cabe a nós saber usá-la. Uma criança pode ficar até cerca de 700 horas por ano na frente de um televisor ligado. Mais uma vez aqui, é a família que será a única guardiã da liberdade e da boa formação dessa criança. Os pais precisam saber criar programas alternativos para tirá-las da frente do televisor, oferecendo-lhes brinquedos, jogos, contando-lhes histórias, etc.. Da mesma forma, ocorre com a internet: os pais não podem descuidar dela.

      Mas, para levar os filhos para Deus é preciso também saber conquistá-los. O que quer dizer isso? Dar a eles tudo o que querem, a roupa da moda, a camisa de marca, o tênis caro? Não! Você os conquista com aquilo que você é para o seu filho, não com aquilo que você dá a ele. Você o conquista dando-se a ele; dando o seu tempo, o seu carinho, a sua atenção, ajudando-o sempre que ele precisa de você. Saint-Exupéry disse no livro "O Pequeno Príncipe": "Foi o tempo que você gastou com sua rosa que a fez ser tão importante para você".

      Diante de um mundo tão adverso, que quer arrancar os filhos de nossas mãos, temos de conquistá-los por aquilo que "somos" para eles. É preciso que o filho tenha orgulho dos pais. Assim será fácil você levá-lo para Deus. Muitos filhos não seguem os pais até a igreja porque não foram conquistados por estes.

      Conquistar o filho é respeitá-lo; é não o ofender com palavras pesadas e humilhantes quando você o corrige; é ser amigo dos seus amigos; é saber acolhê-los em sua casa; é fazer programas com ele, é ser amigo dele. Enfim, antes de dizer a seu filho "Jesus te ama", diga-lhe: "eu te amo".

Prof. Filipe Aquino – Comunidade Canção Nova

sexta-feira, 29 de agosto de 2014

A importância da formação religiosa na família

            No mundo de hoje não se passa um dia sem que se tenha acesso, seja pelos jornais, pela televisão ou pelo rádio, a relatos de violência, corrupção e devassidão mo­ral. Tudo isso, sem sombra de dúvida, é fruto da falta da presença de Deus na vida das pessoas.

A Sagrada Família, modelo para todas as famílias

          Aparentemente, nada nos falta. Temos recursos tec­nológicos jamais sonhados por nossos pais, avan­ços fantásticos em todas as ciências, na genética, nas pes­quisas espaciais, na produção de alimentos, na ve­lo­ci­dade da informação e das comunicações.
          Com tantos e tão extraordinários recursos, deve­ríamos estar vivendo num mundo onde imperassem a paz, a justiça, a solidariedade. Mas o que vemos é injustiça, egoísmo, na forma de ataques terroristas bru­tais, crimes, seqüestros, guerras, fome, doenças devastadoras, destruição ambiental.
                 Na sociedade, o consumismo desenfreado, a corrupção, a permissividade, a libertinagem são acei­tos, e em alguns casos até louvados, como padrão nor­mal de comportamento. Na televisão, que entra no recesso dos lares, as novelas, os programas de auditório de baixíssimo nível moral e cultural são prestigiados e copiados, por proporcionarem audiência e lucro financeiro. O que ensinam às crianças e adolescentes, na maior parte do tempo entregues à sua nefasta influência? Nada que possa fazê-los crescer espiritual, intelectual ou culturalmente. Ao contrá­rio, estão destruindo a família e seus valores, apresentando como normais, e dignos de serem imitados, padrões de comportamento em que a fidelida­de, a honestidade, o pudor estão fora de moda, o ca­samento de nada vale, o que vale é a satisfação dos sentidos, e aquilo que o povo apelidou de "lei de Gérson", ou seja, "levar vantagem em tudo".

O que podemos concluir daí?

             Simplesmente que, preocupadas em satisfazer seu egoísmo, em procurar o prazer acima de tudo, em cultuar o corpo e a beleza física, o sucesso e o di­nheiro, as pessoas se esqueceram de que esta vida transitória nos foi dada por Deus para ser­vir como ponte para uma outra vida, esta sim, definitiva. E o passaporte de entrada para o Reino de Deus não será baseado em conquistas materiais, no sucesso pro­fis­sional ou in­telectual, no po­der que exer­ce­mos neste mun­do. Será fundamentado no Bem que tivermos espalhado ao nosso redor, no serviço de­sinteressado ao próximo, na Ver­da­de e na Be­leza de nossas atitudes.
            Como poderemos conseguir isso? Através de uma sólida e autêntica for­mação moral, de uma prá­tica re­ligiosa cons­tan­te, do exercício da carida­de, ali­cer­çados no amor a Deus e na devoção a Maria Santíssima. É isso que devemos proporcionar a nossos fi­lhos, através do exemplo de uma vivência autenti­camente cristã.
Um dos valores hoje mais bem-conceituados é a liberdade do indivíduo. Mas o que em geral é esquecido é que a liberdade de cada um implica no respeito à liberdade do outro. Afirma São Tomás de Aqui­no que o homem tem toda a liberdade para a prática do bem, mas não, evidentemente, do mal.
             Nos lares em que esses ensinamentos são pas­sa­dos dos pais para os filhos é muito difícil que es­tes procurem a fuga enganosa pelas vias das dro­gas, da promiscuidade sexual ou do individualismo egoís­ta.
              Se desde cedo forem ensinados, não só por pa­la­vras, mas pelo exemplo, a manifestarem seu amor a Deus através do respeito ao próximo, da compaixão, da solidariedade, do senso de justiça, enfim, de tudo o que Jesus nos ensina em seu Evangelho, suas vidas seguirão nesse caminho.
O grande desafio proposto a nós, cristãos, no mundo de hoje, é propagar o Evangelho de Jesus a todos, começando por dentro de casa. Não devemos nos intimidar com o que os outros vão achar, nem esmorecer na defesa dos ensinamentos de Cristo. Não importa se formos rotulados de carolas, ultrapassados. Temos de lutar contra o mal que se espa­lhou pelo mundo.
              Do ponto de vista pessoal, tivemos, meu marido e eu, a grande felicidade de receber de nossos pais essa formação moral e religiosa. Por ela pau­­tamos toda a nossa vida e a transmitimos a nossos três fi­lhos. Sabemos que eles a passarão a nossos netos.
E como bênção maior de Deus, tivemos a graça de co­nhecer os Arautos do Evangelho e vir a fazer par­te des­sa Associação em que recebemos a cada dia no­vos meios de aprofundar na vida espiritual, atra­vés da oração fervorosa e constante, de atitudes con­cretas de apostolado, do exercício da ca­ridade, da beleza da música e da so­lenidade nas cerimônias religiosas. O conví­vio nessa comunidade nos en­che de alegria e de paz, aumenta cada vez mais em nós o amor a Deus e à sua Mãe Santíssima, além de tornar mais fácil a missão de evangelização a que fomos cha­mados.
              É como um perfume que se espalha no ar: acaba atingindo também nossos familiares e amigos, atra­in­do-os para o mesmo ideal, numa reação em ca­deia. Assim será contagiado um nú­me­ro cada vez maior de pessoas, que, por sua vez, irão propagar também a de­voção a Nossa Senhora como for­ma de chegar a Jesus. A célula dessa expansão é a família, mais unida quanto mais fiel for à doutrina de Cristo. Se con­seguirmos que muitas sejam assim, esse mundo será um dia uma antevisão do Céu que nos espe­ra, um mundo on­de Maria reinará soberana e triunfal, conforme prometeu em Fátima.

(Revista Arautos do Evangelho, Agosto/2002, n. 8, p. 34-35)

quarta-feira, 27 de agosto de 2014

Familia, Projeto de Deus

 

 

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A família é uma instituição que vem constantemente sendo posta a prova. As transformações sociais e culturais promovem a ausência de afeto, a falta de amor ao próximo e o enfraquecimento da verdade na vida conjugal e familiar.

Os jovens são os mais afetados quando não há uma estrutura familiar que os ampare. Por isso acabam buscando nas ruas valores que deveriam ser ensinados em casa. São expostos há uma grande quantidade de informação, mas muito pouco dela é aproveitada para a construção de um mundo melhor e mais seguro para eles mesmos. Muito cedo conhecem as drogas, o álcool, o tabaco e a gravidez indesejada. Vivenciam um lado obscuro da vida onde tudo é fácil e os amigos passam a ser exemplos a se seguir, e não os pais. Ser pai nos dias de hoje não é fácil e exercer autoridade de pai e mãe exige sabedoria. Os limites precisam ser colocados para visar o bem estar e a qualidade de vida de toda a família. O hábito de fazer as refeições juntos é algo que deve ser resgatado, no mundo atual existem famílias que não se vêem, não se conhecem. São apenas moradores de uma mesma casa. O que persiste é esta constante inversão de valores, onde as famílias se reúnem somente para assistir TV e discutir problemas domésticos.

Os pais, preocupados em manter a casa levam para seus filhos somente bens materiais e esquecem da vivência de uma espiritualidade que os direcione nos projetos que Deus quer para suas vidas. Pagam escolas caríssimas mas não os educam no amor de Deus.

É preciso se ter em mente que somente a família pode transmitir valores que são arraigados na formação destes jovens e que, os sustentaram na busca de grandes ideais para suas vidas.

Do seio de uma família zelosa e temente a Deus partem princípios do bom caráter, da ajuda ao próximo e do valor aos ensinamentos divinos. O lar deve ser antes de mais nada, um espaço de vivência do Evangelho onde meditando a Palavra de Deus os filhos aprendem o valor da oração, do perdão e da partilha. Conforme cita a Hora da Família, “em um lar deve haver amor, fidelidade e respeito entre seus membros.” (Edição 2008, pg 17)

Os filhos devem ser conduzidos ao batismo, a eucaristia e a crisma, pois estas são iniciações cristãs essenciais para que as crianças se descubram como filhos de Deus e façam parte de sua comunidade, que é a Igreja. Os ensinamentos adquiridos podem influenciar na formação do seu caráter e sua conduta diante dos obstáculos da vida.

Portanto, a responsabilidade de uma família, fundada sobre o matrimônio, é lutar constantemente para guardar os ensinamentos divinos, agindo como intérpretes na transmissão da vida e da educação segundo os projetos de Deus.

Mesmo que os filhos mostrem dificuldades em assimilar o valor da vida cristã é essencial que os pais sejam exemplos para seus filhos. O valor da família é imensurável e por isto esta instituição divina deve ser zelada como algo precioso, fonte da vida e do amor.

A família é um lugar sagrado onde se constitui a generosidade, acolhimento e respeito. É um dom de Deus que precisa ser cultivado, pois somente a família, concebida como fonte de valor e vida pode humanizar a sociedade.

                                               

segunda-feira, 25 de agosto de 2014

Importância da oração em família

 

           Seguir a Cristo. Permanecer em Cristo. Amar a Cristo. De maneira resumida poderíamos dizer que estas são características que pertencem a quem é discípulo de Jesus. Portanto, também podemos dizer que espiritualidade é o modo como seguimos, permanecemos e amamos a Cristo.

            A partir de nosso encontro pessoal com Jesus começamos a cultivar nosso relacionamento com Ele, normalmente dentro de uma dessas vias. Porém, em todas elas, há um pressuposto de perseverança básica e fundamental para nosso relacionamento com o Senhor: a oração! Sem oração não há relacionamento com Deus.

            Quando tratamos de espiritualidade familiar, queremos dizer o caminho que a família como Igreja Doméstica se utiliza para o seu relacionamento com o Senhor. Por isso, não podemos dizer que há uma espiritualidade, um seguimento de Cristo na família se não há vida de oração pessoal, conjugal e familiar. Vejamos o que nos fala a respeito o Catecismo da Igreja Católica:

             “A família cristã é o primeiro lugar da educação para a oração. Fundada sobre o sacramento do matrimônio, ela é ‘A Igreja doméstica’, onde os filhos de Deus aprendem a orar ‘na Igreja’ e a perseverar na oração. Para as crianças, particularmente, a oração familiar cotidiana é a primeira testemunha da memória viva da Igreja reavivada pacientemente pelo Espírito Santo.”


            Rezar juntos. Isto é fundamental! Não vale mais a desculpa: não tenho tempo, minha vida é muito corrida! Oração em família é questão vital do relacionamento com Deus e, inclusive para a harmonia dos relacionamentos inter-pessoais na própria família. Na oração somos curados, pela oração aprendemos a perdoar, pela oração nos tornamos mais amigos de Deus e uns dos outros, pela oração nos entregamos e amamos a Deus e nos tornamos capazes de amar os irmãos e, pela oração os filhos são educados e formados.

           Assim nós, os pais, que somos os primeiros responsáveis pela saúde espiritual de nossa família, devemos tomar a oração como algo que faz parte do cotidiano da família e com ela encontrarmos forças para lutar contra tudo aquilo que vem para nos afastar da própria oração e consequentemente da vida em Deus.

            Proclamemos com Jesus e como Jesus, no evangelho, com vigor e determinação: “…minha casa é uma casa de oração.” (Mt 21, 13). Meu irmão em minha irmã, faça dessa palavra uma ordem para sua vida e para sua família. Vida de oração é questão de atitude. Tenha a coragem de assumir essa atitude hoje para o bem e a salvação de sua família. Saia do comodismo, da letargia espiritual, das teias da embromação de satanás sobre a família. Precisamos lutar contra o modelo de família que o mundo e a sociedade querem impor para nós. Nós não a aceitamos.

             Queremos viver o modelo de família que está dentro do projeto de Deus e que Ele mesmo deixou expresso de maneira magnífica através de sua própria família, a Sagrada Família de Nazaré. Uma família que não deu espaço à preguiça, a letargia ou ao comodismo em cumprir a vontade de Deus e buscá-lo e ter comunhão com Ele através de uma intensa vida de oração. “A oração e a vida cômoda não combinam.” (Sta Tereza D’Ávila).

Por onde começar?

            Através da oração à mesa, por exemplo. A mesa/ refeição é lugar sagrado. Jesus quando instituiu a Eucaristia, não a instituiu em um templo ou sobre um altar e sim sobre uma mesa de refeição e durante uma refeição, querendo também assim, deixar claro o caráter sagrado de que se reveste, principalmente, quando uma família se reúne em torno da mesa. Infelizmente, isso se perdeu na maioria das famílias, notadamente e dolorosamente, nas famílias que se dizem cristãs!

            Até mesmo em algumas famílias a mesa foi extinta! Foi trocada por um balcão! Os filhos comem à frente da TV ou do computador. Os pais, dando um péssimo exemplo, fazem o mesmo! Precisamos fazer um grande resgate desses valores perdidos. Quantas possibilidades de diálogo, amizade, partilha, perdão, crescimento, conhecimento pode-se fazer à volta da mesa? Mesmo que, hoje em dia, com toda a correria, afazeres, trabalho, estudo, horários diferentes, cada família, dentro de seu próprio ritmo, poderia, ao menos, eleger uma das refeições do dia ou algumas durante a semana para viver intensamente estes momentos que são apropriados para agradecer em família o pão nosso de cada dia!

                 Como é importantíssimo, dentro desse processo de educação familiar para a oração, a oração do casal e dos pais com os filhos. Quero trazer aqui duas pérolas de João Paulo II a respeito da importância da oração em família:

             A oração família tem as suas características. É uma oração feita em comum. Marido e mulher juntos, pais e filhos juntos. A comunhão na oração é, ao mesmo tempo, fruto e exigência daquela comunhão que é dada pelos sacramentos do batismo e do matrimônio..
Fica muito claro e evidente que toda a harmonia e felicidade plena – que só se consegue em Deus– depende da qualidade de vida de oração entre os cônjuges e entre pais e filhos. Como é verdade e, se aplica muito bem aqui, aquele antigo ditado que diz: “Família que reza unida permanece unida!”

Fonte: Portal Notícia da Manhã

II Festa da Família

 

       Aconteceu dia 23 de Agosto, no Clube do Sinserp,  a II Festa da Família, promovida pela a Pastoral Familiar Diocesana, encerrando com muita musica e alegria a SEMANA NACIONAL DA FAMILIA. Foi um grande momento de congraçamento das familias, que dançaram ao som de BEG NIGHT & CIA. Queremos desde já agradecer a todas as pessoas que se fizeram presente a esse grande momento de alegria. Valeu demais!!!

         PASTORAL FAMILIAR – DIOCESE DE JUAZEIRO

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sábado, 23 de agosto de 2014

Familia, torna-te o que tu és

Caros irmãos (ãs),

 

 

“A FAMÍLIA nos tempos de hoje, tanto e talvez mais que outras instituições, tem
sido posta em questão pelas amplas, profundas e rápidas transformações da sociedade e da cultura. Muitas famílias vivem esta situação na fidelidade àqueles valores que constituem o fundamento do instituto familiar. Outras tornaram-se incertas e perdidas frente a seus deveres, ou ainda mais, duvidosas e quase esquecidas do significado último e da verdade da vida conjugal e familiar. Outras, por fim, estão impedidas por variadas situações de injustiça de realizarem os seus direitos fundamentais.” (Familiares Consortio – João Paulo II)

      Recordando e atualizando a colocação do Grande Beato João Paulo II na exortação apostólica Familiares Consortio, percebemos o grande desafio que hoje norteia nossas famílias: cultivar, manter e perseverar em sua missão.
     Cultura de morte, relativismo moral e ético, ideologia do gênero, novas “modalidades” de família, degradação sexual e dispersão da fé são hoje visões e propostas que são oferecidas e muitas vezes imposta à família, até de forma sedutora, mas que comprometem diretamente a sua base e estrutura.
Mas como identificar estes desafios, como discernir a postura correta de pais e filhos, onde encontrar forças para enfrentar estes desafios e responder ao chamado de Deus?

      A família é em sua essência, pela ação do Espírito Santo, o reflexo da Trindade, o santuário da vida e carrega em si mesma a “boa notícia” da vida, do amor, da fé e da esperança. Isso confere à família a graça e a grave responsabilidade de ser o depositário da fé, a célula mãe da sociedade, a escola da fé, da caridade e da esperança.
      É possível ser santo na família, é possível viver a fidelidade, a castidade, o amor desinteressado, é possível ser feliz na família. Estas são verdades que pouco a pouco a família tem deixado de lado, tem esquecido e o que é mais grave, tem substituído por “falsas verdades”.
      Faz-se necessário resgatar no seio da família o conhecimento acerca do desígnio de Deus para a mesma. Homem e mulher foram criados por amor e para o amor. E este amor os conduz à capacidade e responsabilidade de uma comunhão total, que abrange a dimensão conjugal e espiritual que é plenificada e consumada pelo sacramento do matrimônio.
       Os casais precisam redescobrir e manter viva a dinâmica da verdade entre si, de perceber a beleza do outro, da transmissão da vida, de promover o diálogo e a vida de oração, de promover os momentos de convivência saudável, de educar os filhos, de irem a missa aos domingos e de servirem a Igreja.
       Os esposos devem olhar um para outro como um dom, um tesouro que Deus os confiou. Tesouro este que deve ser guardado, zelado e amado com toda intensidade do ser de cada um. Devem deixar de lado o “eu”, o “meu” e abraçarem o “nosso”. Devem pôr os interesses econômicos, profissionais e materiais sempre ao dispor da santidade e da felicidade da família e não fazê-la refém destes interesses.
       Os filhos precisam perceber que suas famílias são locais de acolhimento, escuta, alegria, perdão e amor. Precisam perceber que além de educadores, responsáveis e mantenedores eles tem amigos fiéis em seus lares, sempre dispostos a escutá-los, corrigi-los fraternalmente e principalmente amá-los. Só assim não serão seduzidos pelos apelos do mundo. Só assim poderão discernir bem nas diversas situações a que serão submetidos. Só assim serão homens e mulheres de Deus, amados e convictos de sua missão na sociedade e na Igreja.
       A sociedade precisa reconhecer que a família é a principal coluna da sociedade, a principal defensora da vida desde a sua concepção até o seu declínio natural. Precisa reconhecer que os valores até então “descartáveis” são necessários e fundamentais para que tenhamos uma sociedade digna, justa e fraterna.
A Igreja, mãe e mestra, também necessita encontrar na família uma extensão de sua missão de instaurar o Reino de Deus e conduzir seu povo à salvação. Precisamos fazer de nossas casas, verdadeiras e autênticas igrejas domésticas, onde o sacrifício de Cristo no altar é atualizado e testemunhado no cotidiano de nossas vidas.
       E tudo isso só será possível se cada um, generosamente, afirmar e confirmar o seu sim diário a este chamado de Deus. Um sim diário que será o eco de um sim eterno. Um sim diário que comportará todas as exigências e desafios próprios do tempo e das circunstâncias, mas que também trará consigo as alegrias e realizações também próprias de quem não obstante o sofrimento da cruz, crê na ressurreição e empenha suas forças em buscá-la.
       E a partir deste sim, como luzeiros no mundo, testemunhar o poder do amor de Cristo Ressuscitado que revela e transmite este amor a nós e o plenifica no sacramento do matrimônio.
Família, torna-te o que tu és!!!

Sagrada Família de Nazaré, rogai por nós!!

Texto de Fabiano de Medeiros
Colunista do Portal Católicos

Nossas Feridas nos levam para Deus

       

          A nossa vida é uma constante busca. Mesmo que não pareça, passamos a vida inteira à procura de algo. Vivemos procurando por algo que nos realize e, muitas vezes, acabamos por preencher essa carência nas coisas materiais, em sentimentos e pessoas que possam nos fazer felizes e que nos completem. O ser humano precisa disso para viver, ou melhor, para sobreviver.

         Perdemos o rumo de nossas vidas quando tentamos saciar a sede que há em nós nas pessoas. Nesse momento de imaturidade, não medimos esforços para nos realizar, para alcançar prazer, para satisfazer os nossos desejos. Transformamos o outro em um “estepe”, tratando-o como um objeto que vai “substituir” uma “peça” ainda não encontrada em nossa vida. Brincamos com o outro, mas, acima de tudo, com nós mesmos.

        Quantos de nós já vivemos essa situação? Talvez, como ocorreu comigo antigamente, você tenha buscado ou esteja buscando preencher este vazio com uma vida afetiva e sexual desordenada, ou, quem sabe, esteja vivendo isso nas drogas, na bebida, nas compras no shopping, entre outros.

        Chegamos ao fundo do poço. Não aguentamos mais, não queremos mais viver aquela vida de antes; nada nos preenche por inteiro. Mas é nesse momento, em um instante de graça, que encontramos o verdadeiro sentido das nossas vidas: Jesus. Por intermédio do sofrimento vivido por essa busca, acabamos por encontrar Aquele que esteve sempre ao nosso lado, somente esperando de nós um olhar em Sua direção para que Ele pudesse mudar as nossas vidas. Nosso Senhor vem e se apresenta a nós, leva-nos a uma experiência com Ele e muda a nossa vida totalmente.

        Muitas vezes, depois do início de um processo de conversão, quando olhamos para a nossa história, sentimo-nos culpados por tudo aquilo que já fizemos de errado. Olhamos as nossas feridas e nos martirizamos, desejando nunca ter vivido nada daquilo. Desejamos, ardentemente, esquecer tudo o que aconteceu, passar uma borracha e apagar tudo isso das nossas mentes e corações. Por muito tempo, eu também desejei ardentemente isso para mim.

        Chegou um dia em que Deus mudou o meu olhar sobre a minha história. Ele me fez enxergar que, sem que eu percebesse, em tudo o que aconteceu em minha vida Ele sempre estava comigo. E que, em cada ato desordenado, no fundo, era Ele a quem eu procurava encontrar. Mesmo sem saber, em cada momento que eu tentava preencher o vazio com os meus erros, eu somente buscava e ansiava por Deus. Quando Nosso Senhor me fez tocar nessa realidade, meu coração se encheu de uma gratidão profunda por Ele, que me esperou e nunca me abandonou. O Senhor sabia que, mesmo errando e vivendo uma vida de pecado, meu coração ansiava somente por Ele.

        Talvez você esteja vivendo essa situação em sua vida hoje. Talvez você esteja buscando preencher o seu vazio com pessoas, ou, quem sabe, já tenha encontrado o Senhor, mas continua se culpando por tudo o que viveu. Entenda: você está buscando ou sempre buscou por Deus. É Ele quem vai completar a sua vida. Pare de buscá-Lo nos lugares errados. Pare de “dar murro em ponta de faca”, Ele só espera um olhar seu.

         Hoje, eu olho para a minha história e posso dizer: Bendito “fundo do poço” ao qual eu cheguei, pois este me levou a Deus. Busquei tanto, feri-me tanto, mas encontrei Aquele que deu sentido a todas as coisas em minha vida.

          O maior desejo de nossas almas é o Senhor. Os nossos corações anseiam por Deus. Foi Ele quem eu sempre busquei. E ao me encontrar com Ele, pude entender isso. Custou-me, mas achei-O. Hoje, eu sei disso; e, como Santo Agostinho, eu digo: “Tarde te amei!”

Entenda: você sempre buscou Deus! Vá ao encontro d’Aquele que pode dar sentido à toda sua vida. Lembre-se: Ele só espera por um olhar seu!

Estamos juntos!

Seu irmão,

Renan Félix – Geração PHN (Canção Nova)

sábado, 9 de agosto de 2014

Carta de um Pai para seu filho…

Escrever sobre pai é sempre complicado. Talvez seja porque muitas vezes não os compreendemos. Talvez seja porque não damos o devido valor que eles merecem.

Mas a verdade é que ser pai é uma grande responsabilidade e um grande compromisso com o futuro.

É preciso entender todo o mistério e toda a magia que o pai carrega em seus ombros. Seu papel na construção da família não pode e não deve ser passivo.

O pai é o alicerce que sustenta toda a estrutura familiar. É ele o elo entre a razão e a emoção. Suas atitudes, seu modo de agir e, principalmente, seus exemplos são fundamentais na formação do caráter e do comportamento de seus filhos.

Em homenagem aos pais escrevi esta pequena crônica que se intitula “Carta de um pai para seu filho”.

Querido filho...

Hoje resolvi escrever tudo o que penso e tudo o que sinto por você. Esses dias atrás foi o dia dos Pais e só agora começo a compreender realmente o valor dessa data. Acho que estou ficando velho demais...

Eu sempre achei estas datas comemorativas tão comerciais, afinal para que um dia dos Pais se todos os dias deveriam ser dia dos pais, das mães, dos filhos, da família?

Mas não é bem assim que as coisas acontecem. O tempo passa e com ele a distância entre nós vai aumentando. Você se tornou um homem e parece que eu não vi você crescer.

Tento vagar pelas minhas lembranças e buscar onde foi que eu te perdi, mas não me lembro.

Lembro muitas coisas, como por exemplo, o dia do seu nascimento, quando eu te vi pela primeira vez e achei que eu já tinha realizado todos os meus sonhos.

Lembro-me do seu choro, das noites em claro, das dores na barriga. Lembro-me dos seus passinhos e de você começando a quebrar os enfeites da mamãe na estante.

E desde aquela época eu já sonhava seus sonhos. Imaginava você sendo astronauta, um grande médico, um cientista.

Lembro-me do seu primeiro dia na escola, seus desenhos, suas primeiras artes... sonhei que você seria engenheiro, professor, empresário de sucesso... Sei lá... foram tantos sonhos que eu até já me esqueci...

E você foi crescendo, crescendo... E olho para sua foto hoje e percebo que ainda continuo sonhando por você.

Que culpa tenho eu se só queria o melhor para você? Eu sei que muitas vezes fui um pai ausente, um pai chato e até mesmo um pai teimoso.

Trabalhei muito para poder dar o que acreditava ser o melhor para nossa família. Sei que não foi muito, mas fiz o que podia. Juntei dinheiro para te dar estudo, conforto, um lar e acredito que consegui meu objetivo.

Mas tenha a certeza meu filho, que nunca, em momento algum, eu fiz alguma coisa que eu achasse que seria prejudicial a você, mesmo que você não entendesse naquele momento.

Eu sei que você queria ir às festas, nas baladas, sair tarde da noite sem hora para voltar. E muitas vezes eu disse não. Mas filho compreenda meus medos, meu temores, minha aflição. Eu só ouvia notícias de violência, de acidentes, de seqüestro. Eu tinha medo por você. Eu simplesmente queria te proteger.

Preocupava-me simplesmente porque te amava...

É estranho escrever que te amo e perceber que nunca tive a coragem de te dizer isso pessoalmente.

Quis ser seu herói como meu pai foi para mim, mas me esqueci de te perguntar se você me queria como herói. Quis ser seu protetor, mas esqueci de te falar que isso era por amor. Quis ser seu pai e esqueci-me de ser seu amigo.

E agora o tempo passou! Já não sei se posso te abraçar, te beijar, te dizer que te amo. Sinto falta de tudo isso agora.

Mas filho esteja você onde estiver, espero que você esteja feliz. Sei que você hoje tem família, compromissos, afinal você é muito importante.

Faz muito tempo que não te vejo. Sinto-me só aqui. Talvez um dia você tenha tempo de me visitar. Enquanto isso eu fico aqui te esperando e te amando, como sempre te amei... Seu pai.

Acho que não preciso dizer mais nada. Ponto final.

Obs: Este artigo foi publicado na Revista OPs! - 5ª Edição - Agosto/2012

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segunda-feira, 4 de agosto de 2014

Dia do Padre

 

          O Dia do Padre é celebrado oficialmente a 4 de agosto, data da Festa de São João Maria Vianney, desde 1929, quando o papa Pio XI o proclamou "homem extraordinário e todo apostólico, padroeiro celeste de todos os párocos de Roma e do mundo católico".
          Padroeiro é o representante de uma categoria de pessoas, cuja vida e santidade comprovadas estimulam a uma vida de fé em comunhão com a vontade de Deus.
         João Maria Vianney, nasceu na França, em 1786. Depois de passar por muitas dificuldades por causa de suas poucas habilidades, foi ordenado sacerdote. O bispo que o ordenou acreditou que o seu ministério não seria o do confessionário, pois achava que sua capacidade intelectual era muito limitada para dar conselhos.
          Ele foi enviado para a pequenina Ars, no interior da França, como auxiliar do padre Balley, o mesmo que vislumbrou, por santa inspiração, seu dom e, confiando nele, o preparou para o sacerdócio. Padre Balley, outra vez inspirado, acreditou que o dom de seu auxiliar era justamente o do conselho e o colocou a serviço do confessionário. Assim, padre João Maria Vianney, homem justo, bom, extremado penitente e caridoso, converteu e uniu toda Ars. Amado e respeitado por todos os fiéis e pelo clero, sua fama de conselheiro correu por todo o mundo cristão. Assim, ele se tornou um dos mais famosos confessores da história da Igreja. Conhecido também como o Cura d'Ars, mais tarde, foi o pároco da cidade onde morreu, em 1859.
                São João Maria Vianney, canonizado por Pio XI em 1925, é o melhor exemplo das palavras profetizadas pelo apóstolo Paulo: "Deus escolheu o que no mundo não tem nome nem prestígio, aquilo que é nada, para assim mostrar a nulidade dos que são alguma coisa" (1Cor 1,28) .
                O padre entende o chamado para ser um servo de Deus, um sacerdote, um "pai" (padre) à semelhança de Cristo, que amou e deu sua vida ao povo pobre, simples e marginalizado. Nunca hesita, tudo aceita, confia e acredita em Deus e na sua Providência, e caminha seguro para a missão que lhe é designada.
A vida simples e a simplicidade dos ensinamentos de Jesus Cristo são o fundamento do seu ministério, único parâmetro e exemplo a seguir. A sua tarefa é continuar a missão de Jesus Cristo, o único e eterno sacerdote. É o padre que, por meio do Evangelho, leva os seres humanos a Deus, pela conversão da fé em Cristo. Por isso, é pessoa que nasce com esse dom e logo cedo, ou no momento oportuno, ouve o chamado do Pai para se consagrar a servir à comunidade, nos assuntos que se referem a Deus.
                Ser padre é ser "pai" de uma comunidade inteira. Como tal, ele é o homem da Palavra de Deus, da Eucaristia, do perdão e da bênção, exemplo de humildade, penitência e tolerância, o pregador e conversor da fé cristã. Enfim, é um comunicador e entusiasta da Igreja, que luta por uma vivência cristã mais perfeita, dessa Igreja missionária, que não sobreviveria sem o sacerdote, como afirmou o próprio Jesus Cristo, seu fundador pela Paixão por nós.
               Sua missão é construir comunidades, entender a alma humana e perdoar os pecados, evangelizar, unir e alimentar a comunidade por meio da Eucaristia. Confia nas palavras de Lucas 21,15 "(....) eu vos darei palavras tão acertadas que nenhum dos inimigos vos poderá resistir ou rebater - e é verdadeira testemunha da fé, por sua oração, sacrifício e coragem cristã.

sábado, 2 de agosto de 2014

Vocação: todos nós fomos feitos para dar certo.

 

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Vocação: um olhar de amor vindo de Deus para cada pessoa. (São João Paulo II)

              Há um costume na Igreja Católica no Brasil de dedicar anualmente o mês de agosto à reflexão sobre uma das dimensões fundamentais da vida cristã: a vocação. São João Paulo II chamou a vocação de um olhar de amor vindo de Deus para cada pessoa. Tendo diante dos olhos, com a ajuda da comunidade cristã, os vários estados de vida e possibilidades de serviço ao Reino de Deus, a Igreja quer oferecer, especialmente às crianças, adolescentes e jovens, o caminho seguro. Sabemos que o Senhor concede a todos os homens e mulheres uma imensa quantidade de dons e capacidades, com as quais podem realizar-se. Todos nós fomos feitos para dar certo e ninguém pode ser excluído.

             Não é raro que em escolas e outros ambientes se ofereçam os chamados testes vocacionais, com os quais as habilidades são identificadas, contribuindo para as novas gerações encontrarem seu lugar na sociedade. Podem ajudar a descobrir os campos de atividade mais adequados às capacidades de cada um e facilitar o acesso aos cursos adequados e à posterior entrada no mercado de trabalho. Nem sempre as pessoas acertam na escolha do curso a fazer e são muitas aquelas que, em virtude de um concurso feito, dependentes dos salários que recebem, permanecem longos anos em ambientes inadequados aos seus próprios dons. Todos nós almejamos um mundo em que as pessoas se integrem bem e sejam felizes, no lugar certo, com sua dignidade reconhecida e possibilidades de desenvolvimento de todas as suas potencialidades. O sonho pode parecer distante, mas não podemos desejar menos do que uma sociedade livre e igualitária, com oportunidades oferecidas a todos. Daí a importância a ser dada a todos os instrumentos técnicos e pedagógicos que nos aproximem de tal ideal. Acrescente-se a isso o esforço a ser empreendido para multiplicar os postos de trabalho destinados às novas gerações.

                No entanto, é outra a compreensão da ideia cristã de vocação. Os testes vocacionais e outros recursos podem conduzir à profissão e à realização das capacidades, mas vocação tem a ver com vida cristã e experiência religiosa, o que pode conduzir à escolha de um estado de vida e disponibilidade para o serviço do próximo por causa de uma realidade que supera as atividades cotidianas ou o trabalho a ser realizado. Vocação exige dois polos. De um lado, Deus que cria, chama e ama. A outra parte é de cada pessoa humana, que precisa aprender a discernir os sinais da vontade de Deus e responder com coragem.

              O ponto de partida está na família, convidada, por meio do sacramento que a constitui, o matrimônio, a criar um ambiente adequado ao trato pessoal com Deus. Tudo começa no ato gerador do amor conjugal, com o qual uma vida tem início, com a colaboração dos pais, conscientes de que, ao conceberem uma criança, Deus cria uma alma chamada a viver por toda a eternidade (Cf. Encíclica Humani Generis, do Papa Pio XII, número 36). Há um relacionamento pessoal e direto de amor entre Deus e cada pessoa humana, no qual o Senhor mantém a plena liberdade com a qual fomos criados e, ao mesmo tempo, provoca positivamente uma resposta de cada homem e de cada mulher, em vista da felicidade a que somos destinados. Deus não é fruto de nossa imaginação ou criatividade, mas nos precede como Senhor e Criador. Ele vem na frente! Nós é que somos Suas criaturas!

              A vida de oração na família cria condições para que as crianças, tendo recebido de presente a inserção no Corpo de Cristo, na graça do Batismo, venham a responder a uma pergunta fundamental: “O que Deus quer de mim?” Não é suficiente ensinar os filhos a desenvolver suas capacidades e descobrir como ser importantes ou ganhar dinheiro na sociedade. Uma pessoa não chegou à sua plena realização quando faltou a experiência de Deus e a resposta a este amor pessoal. O nome de Deus e o amor a Ele sejam sagrados em cada casa. A família evangeliza e lança as sementes das vocações cristãs autênticas quando dentro dela se respiram os valores evangélicos verdadeiros, traduzidos em gestos e palavras tão simples, como pedir um favor, agradecer, dar espaço aos outros, o perdão, a gentileza, a polidez no trato. Para cultivar este ambiente, a família seja o espaço da iniciação à vida paroquial. Criança que vai à Missa com os pais tem futuro na vida cristã. Participação familiar na Santa Missa é Pastoral Vocacional! Depois, a Igreja, seus sacramentos, seus ministros, sua história, tudo venha a ser valorizado e respeitado na família!

             O cultivo do ambiente vocacional continua com a inserção na catequese e nos grupos paroquiais, segundo as idades das crianças, adolescentes e jovens. Ali se ampliam os horizontes, outras pessoas são conhecidas. Nas paróquias e comunidades, faça parte do esforço pastoral a orientação vocacional e o reconhecimento das diversas vocações e estados de vida, nos quais o amor de Deus é acolhido e respondido com generosidade. Todas as vocações sejam consideradas importantes e nenhuma preterida nas paróquias. Além disso, seja valorizada a figura dos orientadores vocacionais. Leigos e leigas, religiosos e religiosas, assim como os sacerdotes, estes na magnífica tarefa do sacramento da penitência e da direção espiritual, são agentes imprescindíveis para uma cultura vocacional a ser desenvolvida na Igreja.

            As grandes vocações eclesiais a serem cultivadas são o matrimônio, o sacerdócio, a vida religiosa e missionária, a dedicação a Deus nas comunidades novas, a virgindade consagrada nas Igrejas Particulares e outras formas de compromisso pessoal com o Senhor. Há lugar e oportunidade para todos e ninguém pense não ter uma vocação. Todos, sem exceção, têm um olhar pessoal de Deus a ser realizado na Igreja.

            E somos ainda convidados a retornar ao argumento inicial, à profissão e à vocação. Um dia, perguntei a um jardineiro o que estava atrás da beleza de seu trabalho. Respondeu-me com simplicidade que era apenas o amor com que suas mãos realizavam as tarefas. Apenas! E encontro homens e mulheres de tantas outras profissões que as realizam com inigualável unção! Capacidades humanas foram elevadas a uma sacralidade impressionante. Tive inúmeros contatos com médicos, para dar um exemplo, que se deixam conduzir pelo Espírito Santo em suas delicadas tarefas. A diferença está lá dentro da pessoa, que pode ser apenas um profissional frio ou se deixar conduzir pela graça de Deus. Acontece então um encontro maravilhoso entre a iniciativa do Senhor, que nos leva em conta, e as capacidades humanas, cuja fonte se encontra também n’Ele.

 

Dom Alberto Taveira Corrêa

Dom Alberto Taveira foi Reitor do Seminário Provincial Coração Eucarístico de Jesus em Belo Horizonte. Na Arquidiocese de Belo Horizonte foi ainda vigário Episcopal para a Pastoral e Professor de Liturgia na PUC-MG. Em Brasília, assumiu a coordenação do Vicariato Sul da Arquidiocese, além das diversas atividades de Bispo Auxiliar, entre outras. No dia 30 de dezembro de 2009, foi nomeado Arcebispo da Arquidiocese de Belém - PA.

sábado, 12 de julho de 2014

A Relação Entre Pais e Filhos

 

A família é muito importante na vida de uma pessoa, pois é a esta a responsável pela educação, desenvolvimento psíquico, onde formamos a nossa identidade, pela transmissão de amor, segurança e afecto. Estes sentimentos de amor, segurança e afecto têm uma importância tremenda na personalidade de cada pessoa, e dependendo de como estes sentimentos são transmitidos, podem marcar uma pessoa tanto negativamente como positivamente, demonstrando-se no futuro através do carácter de cada pessoa.

A educação é indispensável para que as crianças desenvolvam o respeito ao outro, controlem os seus impulsos, o sentido de disciplina. A tarefa de educar cabe essencialmente aos pais, são estes que devem impor as regras, mas explicando o porquê das mesmas e principalmente darem bons exemplos. Se esta educação não for bem sucedida, mais tarde estas crianças que se irão tornar adolescentes e posteriormente adultos, sofrerão de perturbações mentais, que muitas vezes são demonstradas em actos completamente irracionais, como violência e até assassinatos (muitas vezes dos próprios pais). Segundo vários psicólogos, tanto o excesso de afecto, como a falta do mesmo causam problemas comportamentais no futuro, sendo o ideal tanto afecto como restrições.

Durante a infância os filhos normalmente respeitam as decisões dos pais, não os enfrentam e vivem numa relação de obediência. Mas na maioria das famílias, quando estes atingem a adolescência, surgem uma série de conflitos entre estes e os pais.

Estes conflitos surgem tanto por culpa dos pais como dos filhos, os pais porque têm uma enorme dificuldade em aceitar o crescimento dos filhos e que estes já não os vejam como “heróis”. Já os filhos começam a ver os pais com outros olhos, vendo os defeitos dos mesmos e começando a critica-los. Mas a principal causa destes conflitos é que os pais tentam controlar os filhos, enquanto estes querem é ter toda a liberdade do mundo.

Apesar destes conflitos a maioria dos adolescentes entende os pais, gosta da vida familiar e não pretende sair de casa muito cedo, principalmente porque têm a “vida feita” em casa.

Em suma, segundo vários estudos, a relação entre os pais e os filhos tem melhorado ao longo dos anos, pois a relação entre os mesmos tornou-se muito mais aberta, por exemplo alguns assuntos que há uns anos eram “escondidos” dos filhos, hoje em dia isso acaba por ser impossível, visto que a própria sociedade transmite esses assuntos, levando os filhos a questionar os pais sobre os mesmos.