sábado, 24 de novembro de 2012

Como Evangelizar meus Filhos?

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Os pais não devem apenas mandar os filhos para a igreja, mas levá-los.

A Igreja ensina que os primeiros catequistas são os pais. É no colo deles que toda criança deve aprender a conhecer a Deus, aprender a rezar e dar os primeiros passos na fé; conhecer os Mandamentos e os Sacramentos.

Os pais são educadores naturais, e os filhos assimilam seus ensinamentos sem restrições. Será difícil levar alguém para Deus se isso não for feito, em primeiro lugar, pelos pais. É com o pai e a mãe que a criança tem de ouvir em primeiro lugar o nome de Jesus Cristo, Sua vida, Seus milagres, Seu amor por nós, Sua divindade, Sua doutrina... Eles são os responsáveis a dar-lhes o batismo, a primeira comunhão, a crisma e a catequese.

Quando fala aos pais sobre a educação dos filhos, São Paulo recomenda: "Pais, não exaspereis os vossos filhos. Pelo contrário, criai-os na educação e na doutrina do Senhor" (Ef 6, 4). Aqui está uma orientação muito segura para os pais. Sem a "doutrina do Senhor", não será possível educar. Dom Bosco, grande "pai e mestre da juventude", ensinava que não é possível educar sem a religião. Seu método seguro de educar estava na trilogia: amor - estudo - religião.

Nunca esqueci o terço que aprendi a rezar aos cinco anos de idade, no colo de minha mãe. Pobre filho que não tiver uma mãe que o ensine a rezar! Passei a vida toda estudando, cheguei ao doutorado e pós-doutorado em Física e nunca consegui esquecer a fé que herdei de meus pais; é a melhor herança que deles recebi. Não é verdade que a ciência e a fé são antagônicas; essa luta só existe no coração do cientista que não foi educado na fé, desde o berço.

Os pais não devem apenas mandar os seus filhos à igreja, mas, devem levá-los. É vendo o pai e a mãe se ajoelharem que um filho se torna religioso, mais do que ouvindo muitos sermões. A melhor maneira de educar, também na fé, é pelo exemplo. Se os pais rezam, os filhos aprender a rezar; se os pais vivem conforme a lei de Deus, os filhos também vão viver assim, e isso se desdobra em outros exemplos. Os genitores precisam rezar com os filhos desde pequenos, cultivar em casa um lar católico, com imagens de santos em um oratório, o crucifixo nas paredes, etc.; tudo isso vai educando os filhos na fé. Alguém disse, um dia, que "quando Deus tem seu altar no coração da mãe, a casa toda se transforma em um templo."

Um aspecto importante da educação religiosa de nossos filhos está ligado à escola. Infelizmente, hoje, se ensina muita coisa errada em termos de moral nas escolas; então, os pais precisam saber e fiscalizar o que os filhos aprendem ali. Infelizmente, hoje, o Governo está colocando até máquinas para distribuir "camisinhas" nesses locais. Os filhos precisam em casa receber uma orientação muito séria sobre a péssima "educação sexual" que hoje é dada em muitas escolas, a fim de que não aprendam uma moral anticristã.

Outro cuidado que os pais precisam ter é com a televisão; saber selecionar os programas que os filhos podem ver, sem violência, sem sexo, sem massificação de consumo, entre outros. Hoje temos boas emissoras religiosas. A televisão tem o seu lado bom e o seu lado mau. Cabe a nós saber usá-la. Uma criança pode ficar até cerca de 700 horas por ano na frente de um televisor ligado. Mais uma vez aqui, é a família que será a única guardiã da liberdade e da boa formação dessa criança. Os pais precisam saber criar programas alternativos para tirá-las da frente do televisor, oferecendo-lhes brinquedos, jogos, contando-lhes histórias, etc.. Da mesma forma, ocorre com a internet: os pais não podem descuidar dela.

Mas, para levar os filhos para Deus é preciso também saber conquistá-los. O que quer dizer isso? Dar a eles tudo o que querem, a roupa da moda, a camisa de marca, o tênis caro? Não! Você os conquista com aquilo que você é para o seu filho, não com aquilo que você dá a ele. Você o conquista dando-se a ele; dando o seu tempo, o seu carinho, a sua atenção, ajudando-o sempre que ele precisa de você. Saint-Exupéry disse no livro "O Pequeno Príncipe": "Foi o tempo que você gastou com sua rosa que a fez ser tão importante para você".

Diante de um mundo tão adverso, que quer arrancar os filhos de nossas mãos, temos de conquistá-los por aquilo que "somos" para eles. É preciso que o filho tenha orgulho dos pais. Assim será fácil você levá-lo para Deus. Muitos filhos não seguem os pais até a igreja porque não foram conquistados por estes.

Conquistar o filho é respeitá-lo; é não o ofender com palavras pesadas e humilhantes quando você o corrige; é ser amigo dos seus amigos; é saber acolhê-los em sua casa; é fazer programas com ele, é ser amigo dele. Enfim, antes de dizer a seu filho "Jesus te ama", diga-lhe: "eu te amo".

Prof. Filipe Aquino – Comunidade Canção Nova

sexta-feira, 23 de novembro de 2012

A Familia Perfeita

 

A restauração da minha família  depende de mim

           A família perfeita é aquela que não desiste de caminhar, de construir e restaurar o seu lar. A família é igual a uma casa em reformas, é o maior transtorno, às vezes, poeira, entulho, tudo que uma construção pode trazer. Penso que você consiga imaginar. Mas esse retrato de uma casa em construção demonstra que ninguém está parado em si ou acha que já esteja pronto; apesar dos incômodos está em construção, em reforma, em restauração. E ninguém restaura um bem se ele não for muito precioso, e isso é um sinal muito positivo. Quem já não leu este aviso em construções públicas: “Desculpe o transtorno. Estamos em construção para atendê-lo melhor”.

          A primeira coisa que precisamos notar é que em casa ninguém é igual, e estamos em níveis de maturidade diferentes. Os pais têm mais experiência, mas entre eles há diferenças. Os filhos estão crescendo, sendo construídos em todos os sentidos: no físico, no psicológico e no espiritual. Aqui entra em ação o material para construir cada um, que se chama respeito e paciência com o processo do outro. Por isso, a família precisa ser o ambiente propício para as mudanças, para o crescimento e até para as crises. Ninguém deve ter vergonha de ser o que é e de estar como está em casa. Em minha opinião, existem alguns pontos primordiais para construir e restaurar a família:

          1º Restaurar o relacionamento com Deus: a base do sacramento do matrimonio é o amor, sem fazer a experiência de Deus é impossível amar de verdade. O amor real, muitas vezes, passa pela experiência da morte, do aniquilamento, do esquecer-se de si mesmo; e tudo isso, sem Deus, é impossível superar. Mas é preciso respeitar a experiência religiosa de cada um, saber que ela também é individual, mas que dá para fazer um caminho para Deus, JUNTOS!

         2º Fazer da minha casa um ninho de amor: na minha casa eu decido amar primeiro, o processo começa em mim, por essa razão, eu não posso cobrar aquilo que ainda não consigo dar. Procurar defeitos nos outros, culpados, não resolver as situações de tensão ou dificuldades vividas em casa, faz dela um inferno e não um pedaço do céu. Eu preciso sentir o desejo de voltar para casa, ela precisa ser o meu refúgio, meu oásis no meio do deserto. Minha casa e minha família precisam me atrair, significam porto seguro, lugar onde não importa a minha condição: EU SEI QUE SOU AMADO.

        3º Partilha e diálogo: isso quer dizer onde todos crescem no conhecimento de si e dos outros. A falta de diálogo e partilha deixa crescer dentro dos membros da família os venenos que podem destrui-la, gerando os ressentimentos e as mágoas, a falta de perdão e o medo de se revelar. Dentro de casa precisa se promover um clima de confiança e aceitação do outro, eu preciso me sentir acolhido para partilhar a minha verdade. Outro dia ouvi a experiência de um movimento que se chama Equipes de Nossa Senhora, o qual trabalha com casais. Eles têm uma prática que se chama “direito de sentar-se”. Sentar-se à cadeira, sentar-se à mesa, para falar e ouvir tudo que o outro precisa dizer. ISSO É CARIDADE.

       Nós não podemos esquecer que cada um tem a sua parte essencial e importante na construção da família; os pais têm seu papel de pilar de sustentação e construção da casa, mas os filhos dão sentido, vigor e alegria aos genitores. E assim vamos construindo famílias restauradas.

Oração

Pai santo, Pai amado, a restauração da minha família depende da minha participação ativa e consciente. Do meu amor e compreensão, respeito e paciência com o processo dos meus pais e irmãos, por isso, que eu não sonegue amor e verdade, perdão e misericórdia para com os meus, que esse processo comece em mim primeiro. Eu decido amar primeiro em minha família e colaborar com a restauração do santuário da vida, que é minha casa. Amém.

Padre Luizinho - Comunidade Canção Nova

Postado por Pastoral Familiar

quinta-feira, 15 de novembro de 2012

Curso de Noivos – Paróquia São Cosme e Damião

Aconteceu no ultimo dia 11 de Novembro do corrente ano, o Curso de Preparação para o Matrimonio na Paróquia São Cosme e Damião. O curso aconteceu na Igreja São Cosme e Damião, tendo seu inicio com a celebração da Santa Missa, às 7:30hs, e encerrando às 16:00hs, com a entrega dos certificados.

            A Encontro foi organizado pela equipe da Pastoral Familiar do setor Pré Matrimonio da Paróquia , tendo como Coordenador o Casal George e Cristina. As Palestras, Harmonia Conjugal, Dialogo, Sacramento do Matrimonio, celebração Liturgica do Matrimônio, Paternidade Responsavel e outras, foram desenvolvidas pelos casais que compõe o setor na paróquia, os quais não mediram esforços para que o curso acontecesse dentro do nível esperado. Esta equipe acompanhou a participação de 14 casais de noivos, que além das palestras dentro do programa do manual da Pastoral Familiar, se deliciaram com o café da manhã oferecido pela equipe da Pastoral, como também provaram de um apetitoso almoço organizado pela mesma equipe.

           Desta forma, a Pastoral Familiar da Paróquia  São Cosme e Damião considerou o evento, tanto do lado das palestras como do lado da recepção, muito bem conduzido.

 

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sábado, 13 de outubro de 2012

Em carta, CNBB pede que dioceses celebrem o Dia Nacional de Valorização da Família

       O Secretário Geral da CNBB, Dom Leonardo Ulrich Steiner e o Presidente da Comissão Episcopal Pastoral para a Vida e Família (CEPVF) da CNBB, Dom João Carlos Petrini, pedem, em carta enviada aos prelados de todo o Brasil de valorizarem em suas Dioceses o Dia Nacional de Valorização da Família.

       De acordo com a carta “A reflexão nos leva a sugerir que os Irmãos Bispos, nas Dioceses onde servem, possam aproveitar este dia em favor da evangelização da família brasileira, promovendo atividades e eventos. Este dia pode tornar-se um precioso recurso para promover a Família como espaço privilegiado e insubstituível para que um homem e uma mulher possam, através do matrimônio, gerar e educar seus filhos (cf. Carta à Família, 10) no exercício da família cidadã”.

       Na sequência, Dom João e Dom Leonardo sugerem a todos “que valorizem este dia através de instrumentos publicitários de propaganda com as insígnias católicas da Diocese e/ou Pastoral Familiar e/ou da CNBB (placa de out dour, ou faixas, cartazes, ou algo semelhante. E ainda, vale a pena divulgarmos este dia nas perspectiva católica através dos meios de comunicação”.

       Os Bispos finalizam a carta, esperando que essa iniciativa suscite em todo o Brasil a valorização da família.

       O Dia Nacional de Valorização da Família será comemorado, anualmente, no dia 21 de outubro, em todo o território nacional. A data foi instituída no Diário Oficial da União de 17 de maio de 2012 a Lei nº 12.647/12.

terça-feira, 9 de outubro de 2012

Ano da Fé * 2012 - 2013

           No próximo dia 11 de outubro começará o Ano da Fé, convocado por Bento XVI. Mas de que se trata? O que deseja o Santo Padre? O que se pode fazer? A um mês do início, respostas às perguntas que surgem.

1. O que é o Ano da Fé?

O Ano da Fé "é um convite para uma autêntica e renovada conversão ao Senhor, único Salvador do mundo" (Porta Fidei, 6).

2. Quando se inicia e quando termina?

Inicia-se a 11 de outubro de 2012 e terminará a 24 de novembro de 2013.

3. Por que nessas datas? 

Em 11 de outubro coincidem dois aniversários: o 50º aniversário da abertura do Concílio Vaticano II e o 20º aniversário da promulgação do Catecismo da Igreja Católica. O encerramento, em 24 de novembro, será a solenidade de Cristo Rei.

4. Por que é que o Papa convocou este ano?"

Enquanto que no passado era possível reconhecer um tecido cultural unitário, amplamente compartilhado no seu apelo aos conteúdos da fé e aos valores por ela inspirados, hoje parece que já não é assim em grandes setores da sociedade, devido a uma profunda crise de fé que atingiu muitas pessoas". Por isso, o Papa convida para uma "autêntica e renovada conversão ao Senhor, único Salvador do mundo". O objetivo principal deste ano é que cada cristão "possa redescobrir o caminho da fé para fazer brilhar, com evidência sempre maior, a alegria e o renovado entusiasmo do encontro com Cristo".

5. Quais meios assinalou o Santo Padre?

Como expos no Motu Proprio "Porta Fidei": Intensificar a celebração da fé na liturgia, especialmente na Eucaristia; dar testemunho da própria fé; e redescobrir os conteúdos da própria fé, expostos principalmente no Catecismo.

6. Onde terá lugar?

Como disse Bento XVI, o alcance será universal. "Teremos oportunidade de confessar a fé no Senhor Ressuscitado nas nossas catedrais e nas igrejas do mundo inteiro, nas nossas casas e no meio das nossas famílias, para que cada um sinta fortemente a exigência de conhecer melhor e de transmitir às gerações futuras a fé de sempre. Neste Ano, tanto as comunidades religiosas como as comunidades paroquiais e todas as realidades eclesiais, antigas e novas, encontrarão forma de fazer publicamente profissão do Credo".

7. Onde encontrar indicações mais precisas?

Para saber todas as informações sobre o Ano da Fé é só acessar o link da no site da Santa Sé:

(http://www.vatican.va/roman_curia/congregations/cfaith/documents/rc_con_cfaith_doc_20120106_nota-anno-fede_po.html)

segunda-feira, 1 de outubro de 2012

Semana Nacional da Vida

 

Vigília pela vida

         A Semana da Vida (01 a 07 de outubro) e Dia do Nascituro (08 de outubro), instituídos pela 43ª Assembleia Geral da Conferência Nacional dos Bispos do Brasil (CNBB). É ocasião especial para colocar em evidência o valor e beleza desse DOM PRECIOSO QUE RECEBEMOS DE DEUS. De modo especial, salientamos o valor sagrado da vida humana, em todas as suas dimensões. Diante de tantos ataques que a vida vem sofrendo em nossos dias, é missão do cristão e da Igreja reafirmar sua importância inestimável e inegociável. A vida é o fundamento sobre o qual se apóiam todos os demais valores.
        Por ocasião do lançamento, em 2005, a CNBB, através da Comissão Vida e Família, distribuiu folder motivador com os seguintes argumentos: “O Evangelho da vida está no centro da mensagem cristã (Evangelium Vitae, 10). Deus, que é o Senhor da Vida, confiou aos homens o nobre encargo de preservá-la. (Gaudium et Spes, 51). Por isso, a Igreja declara que o respeito incondicional do direito à vida de toda pessoa - desde a sua concepção até a morte natural - é um dos pilares sobre o qual se assenta toda a sociedade e um Estado verdadeiramente humano.
Defender este direito primário e fundamental à vida humana é um dever de Estado. Atuar em favor da vida é contribuir para a renovação da sociedade através da edificação do bem comum. Não é só a guerra que mata a paz. Todo crime contra a vida é um atentado contra a paz. O aborto é um crime contra a vida e contra a paz, pois a vida individual e a paz geral estão estreitamente ligadas.” Outras informações no site
Segundo a Pastoral Familiar, o tema foi escolhido com o incentivo da proposta da encíclica Centesimus Annus do papa João Paulo II de 1991. Neste documento, o papa fala da necessidade de uma ecologia humana e do atraso em compreender que não é possível utilizar todo o poder da natureza de forma desregrada.
       Neste período, as dioceses são convidadas a desenvolver atividades em torno do tema, focando sempre o direito a vida e a preservação da dignidade humana.
       A Semana Nacional da Vida e o Dia do Nascituro é uma ocasião especial para colocar em evidência o valor e a beleza desse Dom precioso que de Deus recebemos. De modo especial para salientar o valor sagrado da vida humana e da sua dignidade, sem nos esquecermos de todas as demais dimensões que esta abrange. Diante de tantas ameaças que atualmente a vida vem sofrendo é nossa missão reafirmar sua importância inestimável. Ela é o fundamento sobre o qual se apoiam todos os demais valores.
Durante a Semana Nacional da vida acontecem nas diversas dioceses e comunidades do Brasil muitas iniciativas em favor da vida, organizadas por paróquias, associações e grupos de trabalho da Igreja Católica, mas também de outras confissões cristãs ou não cristãs, pois, “o Evangelho da vida não é exclusivamente para os crentes: destina-se a todos” (EV 101).
Alguns questionamentos sobre a realização da Semana Nacional da Vida e Dia do Nascituro:

Por que instituir a Semana Nacional da Vida e Dia do Nascituro?

A Semana da Vida é uma ocasião especial para colocar em evidência o valor e a beleza desse Dom precioso que de Deus recebemos. De modo especial para salientar o valor sagrado da vida humana e da sua dignidade, sem nos esquecermos de todas as demais dimensões que esta abrange. Diante de tantas ameaças que atualmente a vida vem sofrendo é nossa missão reafirmar sua importância inestimável. Ela é o fundamento sobre o qual se apoiam todos os demais valores.

Mas quem é o Nascituro?

      É aquele ser humano que está no ventre materno antes que a Mãe lhe dê à luz. Este possui o direito de ser respeitado na sua integridade. Tem dignidade como a de qualquer pessoa já nascida.

Por que motivo a vida é um bem?

       No homem, criado à imagem e semelhança de Deus, reflete-se, em cada fase da sua existência, “o rosto do seu Filho Unigênito... Este amor ilimitado e quase incompreensível de Deus pelo homem revela até que ponto a pessoa humana seja digna de ser amada por si mesma, independentemente de qualquer outra consideração: inteligência, beleza, saúde, juventude, integridade, etc. Numa palavra, a vida humana é sempre um bem, porque “ela é, no mundo, manifestação de Deus, sinal da sua presença, vestígio da sua glória” (cf. Evangelium vitae, 34; Dignitas Personae, 8).

O QUE SUA COMUNIDADE FARÁ PARA CELEBRAR A VIDA??

segunda-feira, 24 de setembro de 2012

“ Pais Terceirizados “

Existe uma maneira de não gastar tempo com filhos, basta não os ter. Mas parece que alguns pais, bem mais moderninhos, descobriram outra forma de criar filhos gastando o mínimo de tempo: a terceirização.
     Uma das características do século XXI é a terceirização, ou seja, passar para terceiros a realização de determinadas tarefas. Para evitar trabalho e dores de cabeça, contrata-se uma firma especializada que irá cuidar de certos setores. Chegamos a ponto de terceirizar até a criação dos nossos filhos!
     O que deveria ser um apoio para os pais na formação do ser humano acabou tomando o lugar deles, veja só:
     A educação, tanto acadêmica como a formação ética e moral, foi passada para as escolas. Nas reuniões de pais, as escolas andam pedindo a ajuda destes para que os alunos cumpram com seus compromissos escolares, respeitem os colegas e funcionários... e os pais respondem com um pedido de socorro:
     “Eu não sei mais o que fazer com este menino, façam o que quiserem!”
     Ao ser chamada na escola do seu filho pela quarta vez, uma mãe alegou que não tinha tempo para o filho porque estava trabalhando muito para lhe proporcionar uma vida melhor.
     Os cuidados diários foram transferidos para os irmãos mais velhos, tios, e até para os vizinhos, que dão uma “olhadinha” na criança de vez em quando. Sozinhas em casa muitas se sentem inseguras e abandonadas. Soube de uma mulher que foi para os Estados Unidos e deixou a filha de quatro anos com o pai. A criança disse que a mãe foi ganhar dinheiro e vai mandar um celular para ela. Parece que a filha aprendeu rápido a lição que a mãe lhe ensinou: coisas valem mais que pessoas.
      A formação do caráter agora é eletrônica: a tela e os jogos cuidam disso. Muitas meninas se vestem e agem imitando toda a sensualidade das animadoras de TV; maquiagem e “cantadas” nos meninos já são comuns. Os garotos falam e se portam seguindo os modelos que têm de violência e desrespeito; chutam, batem e quebram.
      A educação moral e cristã já virou função da igreja. Pais cristãos levam as crianças para as classes bíblicas a fim de descansarem de mais essa responsabilidade.
      Todos esses serviços e pessoas podem representar ajudas preciosas e têm seu papel na formação das personalidades, mas nunca deveriam tomar o lugar que cabe aos pais.
     A falta de tempo nos levou a isso...
     A psicóloga Lídia Weber, em entrevista à revista Veja do dia 02/06/04, disse: “Educação é trabalho. Se você tem um relatório para entregar no dia seguinte, vira a noite mas o faz. Por que muitas pessoas não têm esse empenho quando se trata de educar suas crianças?”
      Realmente nossos valores estão se invertendo. Hoje o que vale é ter mais, e nem tanto ser mais. Precisamos entrar em estado de alerta!
      Conheço também mães e pais que, apesar de precisarem realmente passar boa parte do tempo trabalhando, sabem como investir nos filhos um tempo de qualidade. Têm conhecimento de onde eles estão, com quem andam, como estão indo na escola, o que lhes dá alegria, o que lhes entristece; enfim, conhecem seus filhos. Amam, disciplinam, sabem dar os limites necessários. Quando têm dúvidas, procuram ajuda com pessoas e literaturas adequadas, sem, no entanto, transferirem a terceiros a missão de educar seus herdeiros.
     O que seu filho mais precisa é de você. Não dá para ser pai e mãe por correspondência ou só por telefone. Educar é relacionar. Relacionar requer tempo, energia, paciência, negação de si mesmo. E, por outro lado, produz caráter, alegria, equilíbrio, saúde, felicidade.
     Não dá para terceirizar a responsabilidade da educação dos filhos, pois foi o próprio Deus que a delegou aos pais:
“Que todas estas palavras que hoje lhe ordeno estejam em seu coração. Ensine-as com persistência a seus filhos. Converse sobre elas quando estiver sentado em casa, quando estiver andando pelo caminho, quando se deitar e quando se levantar.” (Deuteronômios 6.6,7 – NVI.)
      “Pais, não irritem seus filhos, antes criem-nos segundo a instrução e o conselho do Senhor.” (Efésios 6.4)

     Nada é mais importante que a educação dos seus filhos! Nem carreira, nem bens materiais, nem a pia sempre limpa. Crianças precisam de pais que as amem o suficiente para investir tempo nelas, amá-las e dar-lhes limites e liberdade na dose certa para serem felizes.
     Que Deus lhe dê amor, sabedoria e coragem para educar seus filhos como eles precisam ser educados. Invista neles. É sua missão e vale a pena!


Texto de Alexandra Guerra extraído de seu livro "Infância, o Melhor Tempo para Semear." Editora Betânia

segunda-feira, 10 de setembro de 2012

CNBB, envia nota de pesar pelo o falecimento de Dom José Rodrigues

A Conferência Nacional dos Bispos do Brasil (CNBB) divulga neste domingo, 9 de setembro, nota oficial pela morte do bispo-emérito de Juazeiro (BA), dom José Rodrigues de Souza. O texto, assinado pelo Secretário-Geral da entidade, dom Leonardo Steiner, destaca a atuação do bispo a favor dos excluídos e pobres.

A seguir, a íntegra da nota:
Brasília, 09 de setembro de 2012
SG. Nº. 0832/12

NOTA DE PESAR PELO FALECIMENTO DE DOM JOSÉ RODRIGUES DE SOUSA

 

A Conferência Nacional dos Bispos do Brasil (CNBB) manifesta seu pesar pela morte do bispo emérito de Juazeiro (BA), dom José Rodrigues de Sousa. Após longo período de internação, em Goiânia (GO), o bispo veio a falecer na madrugada deste domingo, 9 de setembro.
Dom José Rodrigues nasceu em Paraíba do Sul (RJ), em 1926. Aos 12 anos, ingressou no Seminário Santo Afonso, em Aparecida (SP). Professou como membro da Congregação do Santíssimo Redentor em 1946, e fez a preparação para o ministério presbiteral em Tietê (SP), onde foi ordenado em 1950.
       Atuou, por longos anos, na equipe de missões itinerantes dos redentoristas. Houve tempo também para os estudos: fez especialização em Catequese e Pastoral, na Bélgica. Foi Superior Vice-Provincial de Brasília (hoje, Província de Goiás) por quatro anos. Em 1974, foi nomeado pelo papa Paulo VI como bispo de Juazeiro (BA).
       Seu episcopado teve a marca forte da atenção aos mais pobres. Logo ao chegar a Juazeiro, entrou na defesa dos atingidos pela construção da usina hidrelétrica de Sobradinho. Também prestou especial atenção às pastorais sociais em sua diocese. Preocupado com a formação dos agentes pastorais e a comunicação, foi pioneiro ao criar um Setor Diocesano da Comunicação Audiovisual, com uma biblioteca com 45 mil volumes.
       Junto ao Regional Nordeste 3 da CNBB, acompanhou a Comissão Pastoral da Terra e a Pastoral da Juventude do Meio Popular. Foi presidente nacional do Conselho Pastoral dos Pescadores. Sua biografia foi publicada por um jornalista na Alemanha, com o justo título de “O bispo dos excluídos”. Em 2003, ao renunciar ao governo da diocese por motivos de idade, passou a viver na comunidade redentorista da cidade de Trindade (GO).
       Seu lema episcopal, “Enviou-me a evangelizar os pobres” define o seu propósito de vida como religioso e pastor de nossa Igreja. Que sirva de inspiração para aqueles que também desejam trilhar o caminho do Reino de Deus. Aos familiares de dom José, aos Missionários Redentoristas, à diocese de Juazeiro, expressamos nossa solidariedade, iluminados pela Palavra do Evangelho: “Se o grão de trigo que cai na terra não morre, fica só. Mas, se morre, produz muito fruto” (Jo 12,24).
 

 

+Leonardo Ulrich Steiner      
Bispo Auxiliar de Brasília                                                                                                                                                                    
Secretário Geral da CNBB

Celebrações no Velório de D. José Rodrigues

Entre as 12h e às 14h - Chegada do corpo na Catedral. 

Momento de Oração com Salmos.

  • 15h- Terço da Misericórdia
  • 18h-  Santa Missa
  • 20h- Santa Missa

Em seguida os grupos ficarão em vigília

  • 22h - Terço dos Homens
  • 23h - R.C.C
  • 00h - Apostolado do Coração
  • 01h -  Coração Eucarístico
  • 02h - E.C.C
  • 03h - Legião de Maria
  • 04h -Vicentinos
  • 05h - Rosário
  • 06h - Shalom, Mãe Imaculada,
  • 07h - Santa Missa
  • 09h - Missa da Despedida- Em seguida o corpo seguirá para o Centro de Diocesano de Carnaíba do Sertão, onde haverá na capela a encomendação.

 

    • Pe. Josemar Mota
    • Pároco da Catedral

Morre, o Profeta do Semiárido

Dom José Rodrigues

D. José José Rodrigues foi o homem certo, no lugar certo, na hora certa. Quando chegou a Juazeiro para ser bispo, a barragem de Sobradinho estava em construção. Então, ele assumiu a sorte dos relocados, depois dos pobres em geral e nunca mudou. Chegou em 1975.

Aqui era área de segurança nacional, regime militar, ACM governador, prefeitos nomeados pelo presidente da república. Não havia partidos, nem organizações populares. Então, com poucos padres e religiosas, chamou leigos para apoiar os 72 mi relocados. Assim, a diocese foi durante muito tempo o abrigo para cristãos, comunistas, ateus, qualquer um que movido pela justiça assumisse a causa do povo.

Depois enfrentou o período das longas secas. Criou pastorais populares. Fez o opção radical pelos pobres e comunidades eclesiais de base. Usava as rádios e seu poder de comunicação para defender os oprimidos pelo peso dos coronéis e do regime militar.

Quando um gerente do Banco do Brasil foi seqüestrado, ele aceitou ser trocado. Ficou sob a mira dos revólveres por dias, começando sobre a ponte que liga Juazeiro a Petrolina. Depois visitou seus seqüestradores na cadeia e ainda fez o casamento de um deles.

Abrigou na diocese toda convivência com o semiárido, muito lembrado nesses tempos de estiagem. Por isso, quando a ASA fez um de seus encontros nacionais, quis fazê-lo em Juazeiro para homenagear esse profeta do semiárido.

Costumava contar que recebeu muitos presentes quando chegou e foi reverenciado pela elite. No terceiro ano ganhou três camisas. No quinto ano ganhou de presente uma única camisa dada por uma prostituta que freqüentava a escola Senhor do Bonfim, trabalho feito junto às prostitutas da cidade.

Quando foi embora saiu com toda a mudança que trouxe: uma mala que cabia uma muda de roupas – que ele lavava todas as noites para vestir no dia seguinte – e seu livro de oração.

Na celebração de despedida afirmou na catedral: “nunca trai os pobres, nem em época de eleição”.

D. José faleceu nessa madrugada, dia 9 de Setembro, em Goiânia, comunidade redentorista de Trindade, para onde foi depois de 28 anos em Juazeiro.

Seu corpo será transladado para Juazeiro na segunda-feira, onde será enterrado. Aqui, sua memória jamais será esquecida por aqueles que com ele conviveram, sobretudo, pelos em situação de pobreza, nos corações dos quais ele reside.

 

Roberto Malvezzi

domingo, 9 de setembro de 2012

Bispo de Juazeiro, emite nota de pesar pelo o falecimento de D. José Rodrigues

A Diocese de Juazeiro-BA, através de seu Bispo diocesano, Dom José Geraldo da Cruz, torna pública a triste notícia do falecimento de seu Bispo emérito, Dom José Rodrigues de Souza, de 86 anos, acontecido às 04h30 da manhã deste domingo (9), no hospital Santa Mônica, em Goiânia (GO).
Depois de uma cirurgia para tratamento de uma hidrocefalia (acumulação de líquido na cavidade craniana) o bispo teve seu estado de saúde agravado e não resistiu, vindo a falecer na madrugada de hoje.
O corpo, embalsamado, será velado na Igreja Matriz de Campinas de Goiânia onde, na manhã do dia 10, haverá Missa de corpo presente. Os restos mortais de Dom José Rodrigues seguirão, em seguida, para Juazeiro, em companhia de três Padres de sua Congregação.
Dom José Rodrigues será velado na Catedral durante a tarde e a noite do dia 10. Na parte da manhã do dia 11, terça-feira, haverá Missa de Exéquias e seu sepultamento será realizado no cemitério do CTL de Carnaíba do Sertão.
Aproveitamos para manifestar nossa gratidão a Deus pela vida e pelo fecundo ministério episcopal que dom José Rodrigues realizou à frente de nossa diocese por quase trinta anos e também a todos que nestes dias de seu sofrimento uniram-se a nós em oração.
Juazeiro, 09 de setembro de 2012

Dom José Geraldo da Cruz, a.a.
Bispo de Juazeiro

 

Breve Histórico de Dom José Rodrigues.

Dom José Rodrigues que ficou conhecido como o “o Bispo dos Excluídos”, por sua atuação de líder católico e combatente de causas sociais, em defesa dos mais pobres, na região do Vale do São Francisco ao longo de décadas, foi também membro honorário, e premiado, da Associação Bahiana de Imprensa (ABI)

Dom José nasceu no Estado do Rio de Janeiro, em 1926. Foi professor de português no Seminário de Aparecida (SP), e entre 1966 e 1968 fez o Curso de Especialização em Catequese e Pastoral em Bruxelas. Voltando ao Brasil, trabalhou nas Missões em São Paulo, Minas, Paraná e Amazonas.

Em 1970 foi eleito Superior Provincial dos Missionários Redentoristas de Goiás e Distrito Federal.

Em 1975 foi ordenado Bispo e nomeado para a Diocese de Juazeiro.

Na ocasião, a construção da Hidroelétrica de Sobradinho tinha desalojado 72.000 pessoas. Dom José entrou logo na luta em defesa dessas pessoas. Foi a primeira das muitas lutas pelos direitos dos pobres do sertão na qual ele se envolveu, enfrentando inclusive a ferocidade da ditadura militar.

Sua capacidade de luta, seu sentimento de solidariedade com o povo excluído e sua intransigência na defesa dos direitos humanos, fizeram que ele fosse freqüentemente acusado (pelos mais favorecidos, é claro,) de ter uma atuação mais política que religiosa.

Desde que chegou a Juazeiro promoveu nove Pastorais Sociais (da Terra, da Criança, da Juventude do Meio Popular, da Mulher Marginalizada, da Saúde, dos Pescadores, Carcerária); criou o Setor Diocesano da Comunicação Audiovisual, com uma Biblioteca com 45.000 volumes, equipamentos de produção de rádio e televisão, jornalismo impresso, uma locadora com 2.000 títulos de vídeos para escolas e professores além de 3 programas de rádio semanais.

Foi o criador do projeto Cisternas Caseiras (para armazenar água de chuva), de tanto sucesso que o Ministério do Meio Ambiente pretende copiá-lo.

Dom José já prestou depoimento em numerosas CPIs, como aquela - sobre a grilagem na Bahia em 1977; na Comissão da Bacia do São Francisco em 1978, quando falou nos problemas causados pela construção da Barragem de Sobradinho – e na do Terror em 1981 entre outras.

Dom José participou de numerosos debates sobre a seca e a fome no nordeste.

Membro da Associação Bahiana de Imprensa durante seis anos seguidos Dom José recebeu o Troféu Mandacaru de Ouro, criado por um grupo de jornalistas da Bahia para homenagear os destaques do ano em política, economia, arte, cultura e religião.

Em 1992 publicou-se sua biografia em alemão, já traduzida e publicada e sob o título “O Bispo dos Excluídos: Dom José Rodrigues”.

Começou na Diocese de Juazeiro a ideia de construção de cisterna para captação de água de chuvas, que virou política publica do governo federal. Ideia de D. José.

A Pastoral da Mulher Marginalizada, criada por D. Tomaz, teve a sua consolidação no bispado de D. José.

“O corpo de Dom José Rodrigues será embalsamado e trasladado para Juazeiro, de avião, devendo chegar na próxima terça-feira, dia 11. No aeroporto, ele ficará a cargo de uma empresa funerária que o transportará para a Catedral, onde será velado durante um período conveniente e, após Missa de corpo presente, será levado ao Cemitério de Carnaíba do Sertão, onde repousará. Passado o período legal (cinco anos), uma parte de seu corpo será colocada numa urna e depositada no Mausoléu que será feito na Catedral, ao lado do Altar de Nossa Senhora do Perpétuo Socorro”, informou recentemente no site da Diocese, o Bispo Dom José Geraldo da Cruz..

 

Nota sobre o falecimento de Dom José Rodrigues

"Quem crêr em mim ainda que esteja morto viverá" (Jo 11, 25). Caros amigos da imprensa, é com pesar que comunico o falecimento de Dom José Rodrigues de Souza, bispo emérito de Juazeiro-BA, ocorrido hoje as 4:15 da madrugada. Os procedimentos já estão  sendo tomados para a liberação de seu corpo e vinda para Juazeiro. Rezemos ao Pai de bondade que acolha no seu Reino este seu filho que buscou ser fiel nesta vida a Palavra de Jesus.

Pe. Josemar Mota

Pároco da Cateral

Vigário Geral da Diocese

CNBB, envia nota de pesar pelo o falecimento de Dom José Rodrigues

A Conferência Nacional dos Bispos do Brasil (CNBB) divulga neste domingo, 9 de setembro, nota oficial pela morte do bispo-emérito de Juazeiro (BA), dom José Rodrigues de Souza. O texto, assinado pelo Secretário-Geral da entidade, dom Leonardo Steiner, destaca a atuação do bispo a favor dos excluídos e pobres.

A seguir, a íntegra da nota:
Brasília, 09 de setembro de 2012
SG. Nº. 0832/12

NOTA DE PESAR PELO FALECIMENTO DE DOM JOSÉ RODRIGUES DE SOUSA

 

A Conferência Nacional dos Bispos do Brasil (CNBB) manifesta seu pesar pela morte do bispo emérito de Juazeiro (BA), dom José Rodrigues de Sousa. Após longo período de internação, em Goiânia (GO), o bispo veio a falecer na madrugada deste domingo, 9 de setembro.
Dom José Rodrigues nasceu em Paraíba do Sul (RJ), em 1926. Aos 12 anos, ingressou no Seminário Santo Afonso, em Aparecida (SP). Professou como membro da Congregação do Santíssimo Redentor em 1946, e fez a preparação para o ministério presbiteral em Tietê (SP), onde foi ordenado em 1950.
       Atuou, por longos anos, na equipe de missões itinerantes dos redentoristas. Houve tempo também para os estudos: fez especialização em Catequese e Pastoral, na Bélgica. Foi Superior Vice-Provincial de Brasília (hoje, Província de Goiás) por quatro anos. Em 1974, foi nomeado pelo papa Paulo VI como bispo de Juazeiro (BA).
       Seu episcopado teve a marca forte da atenção aos mais pobres. Logo ao chegar a Juazeiro, entrou na defesa dos atingidos pela construção da usina hidrelétrica de Sobradinho. Também prestou especial atenção às pastorais sociais em sua diocese. Preocupado com a formação dos agentes pastorais e a comunicação, foi pioneiro ao criar um Setor Diocesano da Comunicação Audiovisual, com uma biblioteca com 45 mil volumes.
       Junto ao Regional Nordeste 3 da CNBB, acompanhou a Comissão Pastoral da Terra e a Pastoral da Juventude do Meio Popular. Foi presidente nacional do Conselho Pastoral dos Pescadores. Sua biografia foi publicada por um jornalista na Alemanha, com o justo título de “O bispo dos excluídos”. Em 2003, ao renunciar ao governo da diocese por motivos de idade, passou a viver na comunidade redentorista da cidade de Trindade (GO).
       Seu lema episcopal, “Enviou-me a evangelizar os pobres” define o seu propósito de vida como religioso e pastor de nossa Igreja. Que sirva de inspiração para aqueles que também desejam trilhar o caminho do Reino de Deus. Aos familiares de dom José, aos Missionários Redentoristas, à diocese de Juazeiro, expressamos nossa solidariedade, iluminados pela Palavra do Evangelho: “Se o grão de trigo que cai na terra não morre, fica só. Mas, se morre, produz muito fruto” (Jo 12,24).

 

+Leonardo Ulrich Steiner      
Bispo Auxiliar de Brasília

Secretário Geral da CNBB

terça-feira, 4 de setembro de 2012

Oração do Casal

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           Homem e mulher, que deixam pai e mãe, partem rumo ao belíssimo desafio da vivência da unidade, contando com a graça de estado do matrimônio. "Aquilo que Deus uniu, não o separe o homem" (Mc 10,9).

            Só Deus é uno, só a Ele pertence o caráter de ser único, portanto, somente Ele pode transmitir a unidade aos que O buscam e n'Ele crêem... "Que todos sejam um; como tu, ó Pai, estás em mim e eu em ti, que também eles estejam em nós" (Jo 17,22).
O matrimônio é um sacramento celebrado pelos cônjuges e abençoado pela Igreja, na pessoa do sacerdote. Porém, é essencial que ambas as partes, homem e mulher, tomem consciência de que, desde a bênção nupcial, a unidade entre eles se faz perfeita.

            Percebe-se então, com clareza, que esse sacramento não é uma sociedade humana. Tampouco o é um simples reconhecimento, por parte da Igreja, de um casal que já vivia junto e passa a viver sob a bênção de Deus. Desde o princípio, o homem e a mulher foram criados para serem unidos e viverem o mistério da unidade em Deus. Unidade semelhante àquela vivenciada pela Santíssima Trindade. É a experiência mística de aprender a amar ao seu "próximo mais próximo", como a si mesmo.

            Nesse relacionamento, no qual Deus gera a unidade, existe continuamente uma batalha espiritual a dois. Um cônjuge está sempre erguendo o outro no momento de uma possível queda, pois o Senhor nunca permite que ambos caiam ao mesmo tempo. Os cônjuges vêem a imagem de Jesus Cristo nas suas faces e, assim, aprendem a amar-se. No entanto, se existe uma batalha espiritual no relacionamento matrimonial, se o inimigo de Deus tenta de todas as maneiras destruir os casamentos, faz-se necessário que os esposos estejam sempre muito bem armados para se defenderem.

           No mundo hodierno, dificilmente os cônjuges têm consciência do que é o matrimônio. Normalmente, quando surge uma situação mais difícil ou mesmo uma pequena discordância de idéias, ambos reagem humanamente, e, tantas vezes, assumem posturas precipitadas, ignorando as armas que Deus põe em suas mãos, por conta do sacramento do matrimônio.

          Os casais têm a missão de fazer seu matrimônio cada vez mais santo. Para que esse objetivo seja atingido, faz-se necessário uma labuta incansável, como na lapidação de uma pedra bruta, do diamante, para que ele, transformando-se em "brilhante", reflita Jesus Cristo para todos os que o cercam e d'Ele têm sede.

          A vida espiritual é dinâmica. O Espírito Santo é a "espada santa" de todo casal. Quantas palavras incompreendidas e duras podem ser trocadas entre os esposos que ainda não sabem que sua união é sinal vivo e eficaz de Jesus! Portanto, um casal precisa orar junto, tendo em vista o carisma de sua unidade. Homem e mulher, tornados um pelo sacramento do matrimônio, necessitam rezar unidos. Essa oração não pode ser apenas pessoal, ela precisa acontecer com o casal. A perfeita unidade da alma e do corpo cultiva-se pela oração.

        Quantas vezes os casais propagam sua unidade intelectual e física, mas não experimentaram ainda a união de suas almas! Uma harmonia perfeita no casamento deve ser fundada e alicerçada em Jesus.

          O casal que, reconhecendo sua pequenez como pecadores, mas sua grandeza por sua filiação divina, colocar-se totalmente carente e despojado diante da única e verdadeira fonte de amor e sabedoria e lá derramar suas almas, viverá plenamente as graças de sua unidade. "Quando dois ou mais estiverem reunidos em meu nome, eu estou no meio deles" (Mt 18,20).

         A oração do casal o leva a perceber que seu matrimônio não se situa mais no plano humano. Esse modo de orar aprofunda pois a unidade do casal no mistério da unidade divina. Se a oração do casal é algo tão maravilhoso, frutuoso e que tanto agrada ao coração de Deus, por que não acontece sempre? Muitas vezes, sob a desculpa de sono ou cansaço, os cônjuges são confundidos pelo inimigo de Deus e as justificativas, parecendo legítimas, adiam ou impedem que a graça se derrame mais e mais sobre eles.

        Um casal unido em Jesus terá uma família fundada na Rocha. Satanás tenta impedir essa harmonia. Ao casal cabe enfrentar essa batalha com a espada santa do Espírito e prostrar-se diariamente aos pés da cruz do seu Redentor, para clamar por sabedoria e unidade, gemer pela graça de poder perdoar-se mutuamente e, acima de tudo, de se amar de modo verdadeiro.

         Os esposos que oram juntos, que recebem a Eucaristia em conjunto, fazem frutificar seus talentos e nutrem-se espiritualmente. Não mais caminharão tendo o mundo e seus valores como modelo, mas sim, Cristo, e, com destemor, enfrentarão todas as batalhas e desafios advindos do fato de viverem no mundo, sem a ele pertencerem.

Maria Adília Ramos de Castro Fonte:

Comunidade Shalom

quinta-feira, 30 de agosto de 2012

Novenário de Nossa Senhora das Grotas

 

Tem Inicio, hoje o Novenário em Louvor a Nossa Senhora das Grotas, confira a programação:

 

FESTA DE NOSSA SENHORA DAS GROTAS

2012

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PROGRAMAÇÃO

 

Tema Geral:  COM MARIA CELEBREMOS A AÇÃO DE DEUS EM NOSSA HISTÓRIA

 

PROGRAMAÇÃO:

 

30-08 - Abertura Solene da Festa

Tema: 50 anos de missão a serviço da vida

Pregador: Dom José Geraldo

Participação - Comunidades da Catedral

 

31-08- Tema: A Palavra de Deus se fez  carne e habitou entre nós: Jesus – Deus conosco

Pregador: Pe. Givanildo - Diocese de Petrolina

Participação - Comunidades Rurais

 

01-09- Tema: Nos gestos e palavras de  Jesus vemos a ação de Deus em defesa da  vida

Pregador: Dom Manoel - Bispo de  Petrolina

Participação -  Pastoral Familiar

 

02-09- Tema: Igreja- comunidade fé,  continuadora da missão de Jesus

Pregador: Pe. Aluisio- Casa Nova-BA

Participação - Setor de Juventude

 

03-09- Tema: Na Palavra anunciada e na

Eucaristia celebrada encontramos o Deus  da vida

Pregador: Dom Francisco - Bispo de  Senhor do Bonfim

Participação- Movimentos Marianos e  Confrarias

 

04-09 - Tema: Na missão profética da  Igreja ouvimos a voz de Deus

Pregador- Pe. José Erimateia - UAUA

Participação- Paróquia São Cosme e São  Damião, Pastorais Sociais

 

05-09- Tema: No compromisso pela vida  assumimos o sonho de Deus

Pregador: Dom Paulo Cardoso - Bispo  Emérito de Petrolina

Participação- Paróquia Nossa Senhora  Aparecida e Paróquia Santo Afonso

 

06-09- Tema: Diante do escândalo da  fome e da miséria, somos chamados a ver no rosto dos que sofrem o rosto de Cristo.

Pregador: Pe. Paulo - Paróquia Santa  Terezinha

Participação- Paróquia Santa Terezinha  e catequese

(Logo após a novena Noite Cultural)

 

07-09- Tema: Com Maria, celebramos a  ação de Deus em nossa história

Pregador: Dom João - Bispo de São  Raimundo Nonato-PI

Participação- R.C.C, Mãe Imaculada,  Shalom

(Logo após a novena-Procíssão luminosa  para Igreja São Geraldo)

 

DIA 08 DE SETEMBRO

FESTA DE NOSSA SENHORA DAS GROTAS

(Encerramento do Jubileu)

 

07h – Missa presidida pelo o Pároco

10h – Missa presidida pelo Núncio Apostólico, Dom Giovanni

16h – Procissão – saída da Igreja de São Geraldo e encerramento solene da Festa na Orla Nova.

 

 

Mensagem

 

É com alegria que no ano do jubileu

de ouro de nossa Diocese, convidamos vc,

sua família e comunidade, para a festa de

nossa padroeira: Nossa Senhora das Grotas

a realizar-se nos dias 30 de agosto a 08 de

setembro.

Queremos neste novenário render

graças ao Pai por todas as bênçãos

recebidas. Agradecer pelo trabalho de

tantos padres, leigos e religiosas que por

aqui se doaram e continuam se doando na

missão.

Não poderíamos deixar de

agradecer a Deus pela presença de nossos

bispos durante estes anos todos: Dom

Tomáz Murphi (e1J1 memória), Dom José

Rodrigues e Dom José Geraldo.

Venha celebrar conosco o Deus da

vida que nos chama a missão e ao

testemunho.

 

Pe. Josemar Mata

Pároco

 

segunda-feira, 27 de agosto de 2012

É preciso transpor

Uma afirmação importante que entrou na minha história, que eu ouvi de uma pessoa que estava atendendo em oração. A pessoa me disse que na sua vida, quando passava por uma grande dificuldade foi orientado a transpor, ir além. Depois disto comecei a refletir sobre esta palavra e tive algumas constatações para minha vida que gostaria de partilhar com você:

É preciso transpor:

§ Barreiras. Na nossa vida sempre temos que romper e ultrapassar as barreiras que estão à nossa frente: digo as barreiras físicas: portas, escadas, muros, montes, rios, matas, frio, calor, chuva, poeira, ventos, etc. A condição ambiental nociva principalmente onde trabalhamos, não pode ser barreira para que avancemos em nossa vida como profissionais. Também as barreiras na debilidade de nosso corpo, nossas doenças, principalmente quem tem deficiência física, sempre dá para transpor e ser feliz.

§ Dificuldades. As dificuldades estarão sempre presentes em nossa vida: dificuldade para dormir, dificuldade física, de locomoção, de aprendizagem, de liderança, falta de recursos, dificuldade financeira. O importante é romper estas dificuldades e no pouco produzir o máximo. Não conseguindo fazer podemos pedir ajuda aos outros, se abrindo para ser ajudado. Rompemos dificuldades nos dispondo a estudar, a crescer, a trabalhar para conseguir suprir estas dificuldades. No lugar de se lamentar por não dar conta das dificuldades, podemos lutar para transpor, com muito suor. O tempo é nosso aliado, quando colocamos metas ao longo dos próximos anos de nossa vida para transpor nossas dificuldades pessoais.

§ Medos. O nosso maior inimigo a transpor é o medo, principalmente o medo de errar e de ser reprovado, medo de falar e não ser compreendido, ou até ser julgado e condenado; medo de se posicionar com a sua convicção cristã; medo de enfrentar o desconhecido e o inesperado. O medo se vence com a fé, que ilumina aquilo que temo não conseguir. Somente podemos transpor o medo acreditando. Acreditar é um verbo que supõe uma ação: a ação de romper com o que nos aprisiona interiormente e nos deixa paralisado. Quem crê em Deus transpõe o medo, enfrentando-o com a ajuda de Deus. Costumo dizer que medo sempre temos, mas não podemos parar no medo, vamos executar o que temos que fazer com a ajuda de Deus, mesmo temendo o inesperado, isto é transpor o medo.

§ Complexo de Inferioridade. Quantos precisam transpor esta infeliz ideia de achar-se menor que os outros, ou incapaz de realizar algo porque parou na própria incapacidade. Incapacidade não é inferioridade. Às vezes nos sentimos incapazes, mas isto não quer dizer que somos inferiores a outros que conseguem. Fomos criados à imagem e semelhança de Deus, portanto ninguém é inferior a ninguém. Somos diferentes, e podemos transpor este complexo compreendendo isto e aceitando a condição de filho de Deus. Para o Pai todos filhos são “iguais”, isto é tem o seu próprio valor, por isso ninguém é “menor” que ninguém. Transpor este complexo é libertador, pois cada um pode viver a sua vida e fazer as suas escolhas, sem se comparar a ninguém. Afinal se escolhemos o bem não precisamos provar nada para ninguém, somos livres, temos valores e devemos viver como irmãos.

§ Erros e pecados. Os nossos erros e pecados próprios, e os pecados dos outros não podem impedir que avancemos na vida. A pessoa humana tem na sua estrutura a imperfeição e a ambiguidade. Estacionar a sua vida de cristão, ou até querer desistir de sua vida por causa dos seus erros e do dos outros é um grande perigo. Erro tem conserto e pecado tem a cruz de Cristo para nos redimir. Transpor os erros e pecados é para aqueles que se apropriaram de verdade da salvação de Jesus Cristo. É vital transpor os erros dos outros para ter a capacidade de perdoar e ser perdoado, porque todos merecem nova chance, embora tenham cometido algo que achamos errado.

§ Decepções. Sempre nos decepcionamos com as coisas, com as pessoas. Somos traídos, magoados e aquilo que construímos como amizade se torna muitas vezes em inimizade causando decepções profundas. Existem situações que para nós é muito difícil de acolher, pois representam uma inconformidade com aquilo que achamos correto, ou é “dogma” de vida, paradigmas cristalizados que vieram de nossa formação familiar. Isto representa forte decepção, que como um lobo rouba a convivência humana. Na vida nada é perfeito completamente, somente Deus é perfeito, por isso o missionário deverá se preparar interiormente para ser decepcionado, mas permanecer na missão mesmo passando por momentos de decepção. Uma dica é lembrar que nem tudo foi decepção e que podemos sempre nos recordar dos momentos bons do passado, pois a artimanha do demônio é nos tentar a ficar sempre olhando para o que não deu certo e nos decepcionou. E a vitória de Deus na nossa vida acontece ao transpor as decepções e redescobrimos a esperança de novos tempos, com a Sua ajuda.

Deus abençoe seu novo propósito: transpor.

Diácono Paulo Lourenço

terça-feira, 21 de agosto de 2012

Como você tem construído seus planos?

Repense o seu modo de ver a vida

           Em nossa vida fazemos planos, estabelemos metas e, com isso, visualizamos situações que “podem vir a ser”, que “podem ocorrer”, e nos colocamos numa posição de expectativa e investimento de energia, trabalho e emoção. As expectativas de vida podem, em algum momento, concretizar-se ou não.

          O acúmulo de expectativas e situações não resolvidas, bem como problemas cotidianos, profissionais e pessoais podem nos levar ao famoso estresse, que não vem apenas por aquilo que está externo a nós e visível, como problemas, pessoas, falta de dinheiro, desemprego, etc., mas especialmente ao que chamamos de fatores internos, e um em especial: a maneira como interpretamos a vida e seus acontecimentos, as pessoas com as quais convivemos, as situações pelas quais passamos.

          Geramos ou pioramos um estado de estresse pela forma como encaramos a vida. Quer um exemplo bem simples de como isso acontece? Por um descuido, você bate seu carro. Não é nada grave, não houve vítimas. Qual a solução mais prática? Buscar um funileiro, avaliar os danos, fazer o orçamento, as formas de pagamento, se você pode ou não pagar agora e decidir por fazer o conserto. Isso é prático, racional e direto (mesmo sabendo que haverá um gasto e que você não poderá pagá-lo agora).

          Porém, um modo que gera grande desgaste é olhar para a mesma situação cobrando-se: “Eu fiz tudo errado! Como pude bater este carro! Eu não me perdoo, sou mesmo um idiota”. Todos esses pensamentos estressantes e autopunitivos trouxeram alguma solução? Certamente não. Percebe agora como nossos pensamentos e crenças pessoais podem influenciar nossa reação diante de um acontecimento?

          A forma como interpretamos as situações e o modo como nossos pensamentos se desenrolam desencadeiam, portanto, a produção do famoso estresse. Crença é aquilo que dá significado à nossa vida. Se eu creio em Deus, meus atos tendem a ser pautados por essa crença. Por outro lado, se creio que tudo será péssimo, que não sou capaz, que nada dá certo comigo ou que nunca minhas expectativas darão certo, temos aí um bom caminho para atitudes desfavoráveis e um amontoado de novos pensamentos negativos e um belo caminho para o adoecimento e para um círculo contínuo e vicioso de estresse.

           Muitas vezes, quando estamos nesse estado, achamos mil desculpas para justificá-lo: "Estou estressado porque meu carro quebrou". Ou: "Porque meu time perdeu", assim como: "Porque meu namoro acabou", porque ... porque... porque... sempre baseados em fatos externos.
Você já parou para pensar qual é a sua parcela de responsabilidade diante do que não deu certo? Será que não é devido à sua forma de ver o mundo que o estresse acontece e com ele todas as consequências físicas e emocionais em sua vida?

          Faço este convite a você: pare e observe como você encara o mundo ao seu redor. Este pode ser um primeiro passo para não ser refém da vida e dar um novo significado à sua história.

Um grande abraço!

Elaine Ribeiro
psicologia01@cancaonova.com

segunda-feira, 20 de agosto de 2012

O que é a fé?

A fé católica é coisa absolutamente diversa de uma simples crença

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              Em artigo nosso anteriormente publicado, falamos do equívoco que é ver a religião como fenômeno exclusivamente sentimental e subjetivo, sem relevância intelectual e sem referência à realidade das coisas. Dizíamos que tal equívoco nasce de dois outros erros: (1) um que faz a religião depender somente da fé, como se não houvesse verdades religiosas que o homem pudesse conhecer à luz de sua razão natural; (2) outro que consiste numa falsa visão da fé, que é confundida com mera crença. Ora, como dissemos naquela oportunidade, esses dois erros são eliminados quando mostramos que: (1) existem verdades religiosas naturalmente acessíveis ao conhecimento humano; (2) a fé católica, como virtude teologal, é coisa diferente de uma simples crença.

        E vamos começar desenvolvendo o segundo desses pontos: a fé católica é coisa absolutamente diversa de uma simples crença. É importante frisar isso, porque, hoje em dia, as pessoas parecem já não mais saber o que é fé, acham que ter fé é acreditar em qualquer coisa. Porém, como sublinhou o atual Papa Bento XVI, quando ainda era o Cardeal Ratzinger, responsável pela Congregação da Doutrina da Fé (órgão que assessora o Santo Padre na defesa da fé), na famosa declaração Dominus Iesus: «Deve-se manter firmemente a distinção entre a fé teologal e a crença nas outras religiões» (n. 7 do documento).

       Precisamos, portanto, retomar o sentido da fé. Para isso, podemos recorrer ao significado primitivo e etimológico da palavra. Fé (do latim fides) significa a confiança que depositamos na palavra de alguém. Este sentido ainda está bem presente em expressões legais, como “boa-fé” ou “má-fé”. Um oficial de justiça, por exemplo, quando atesta algum acontecimento, escreve “certifico e dou fé”; com isso ele quer dizer que é verdade o que ele está atestando e que as pessoas podem confiar no que ele está falando. Dos documentos lavrados em cartório também se diz que têm “fé pública” – é mais uma aplicação do mesmo sentido.

       Quando confiamos na palavra de um homem, temos o que se chama “fé humana”. A fé humana é um meio de conhecimento, grande parte dos conhecimentos que temos de história, geografia ou de ciências naturais chega a nós por meio da fé humana. São conhecimentos que não podemos verificar por nós mesmos; todavia, nós os aceitamos confiando na palavra dos que nos ensinaram. Por exemplo, só sabemos que a Independência do Brasil foi proclamada em 1822 porque confiamos nos documentos que nos relatam isso e acreditamos no magistério dos historiadores – nenhum de nós já havia nascido àquela época e poderia verificar tal fato por si mesmo.

       Como afirmei acima, quando aceitamos como verdade o que nos diz determinado homem, digno de confiança, temos o que se chama fé humana. Porém, quando aceitamos como verdadeira a Palavra revelada de Deus, temos o que se chama “fé divina”. É por isso que o Catecismo da Igreja Católica, nos seus parágrafos 142 e 143, define a fé como «a resposta do homem ao Deus que se revela».

            Ter fé, portanto, não é acreditar em qualquer coisa; ter fé é aceitar como verdadeira a Palavra revelada de Deus, é aderir voluntariamente às verdades que Deus comunicou à humanidade, sem as aumentar nem as diminuir.

         Isso, por si só, já mostra o quão distante está a fé católica de uma simples crença. A fé é um conhecimento, mas uma simples crença não é conhecimento. Uma crença pode ser puro fruto da imaginação, da fantasia e da subjetividade do crente. No entanto, a fé está baseada no fato histórico e objetivo da Revelação. A fé é um conhecimento sobrenatural historicamente transmitido por Deus à humanidade. «Deus, tendo falado outrora muitas vezes e de muitos modos a nossos pais pelos profetas, ultimamente, nestes dias, falou-nos por meio de seu Filho» (Hb 1,1-2).

              O católico, portanto, não é um crente, mas um fiel, que guarda na inteligência e no coração o conhecimento sobrenatural transmitido aos homens por Deus. Este conhecimento sobrenatural em que consiste a fé está depositado nas duas fontes da Revelação divina, a Sagrada Escritura e a Tradição Apostólica, e nos é transmitido por intermédio do magistério da Igreja. Entretanto, existe um conhecimento natural de Deus que, de certo modo, consiste num preâmbulo da fé e do qual pretendemos falar, com a ajuda do Altíssimo, no próximo artigo.

Rodrigo R. Pedroso